Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, talvez precise vender duas das principais redes sociais no mundo: Instagram e Whatsapp. Isso porque o órgão do governo americano Federal Trade Commission (FTC), que é responsável pela proteção do consumidor, junto a 46 estados americanos, está processando o Facebook, sob acusações de monopólio e violação de leis de antitruste.
O FTC afirma que, depois de uma investigação que durou 20 meses, busca uma liminar que pode, “entre outras coisas: exigir a cessão de ativos, incluindo Instagram e WhatsApp”. O processo movido pelos estados dos EUA, que corre em paralelo, afirma que o Facebook comprou concorrentes de forma ilegal e predatória, ao adquirir o Instagram por US$ 1 bilhão em 2012 e o Whatsapp por US$ 22 bilhões em 2014, e pede que a empresa seja impedida de comprar novos negócios com valores a cima de US$ 10 milhões sem notificação prévia.
Para o professor Vivaldo José Breternitz, doutor em Ciências pela USP, e professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie, os processos somam-se às pressões que a opinião pública e o Congresso americano têm exercido sobre a empresa, e o resultado pode ser negativo para o Facebook. Ele também lembra que a empresa já foi obrigada pelo FTC a pagar uma multa bilionária no ano passado.
“É oportuno lembrar que em 2019 outra ação da FTC terminou com o Facebook condenado a pagar uma multa de US$ 5 bilhões pelo envolvimento da empresa no escândalo da Cambridge Analytics, quando dados pessoais de 87 milhões de usuários do Facebook foram usados para influenciar eleitores de diversos países, inclusive quando do plebiscito que levou o Reino Unido a deixar a União Europeia”, diz Breternitz.
Segundo o professor da Mackenzie, é possível que o Facebook “tenha o mesmo destino de outros gigantes americanos”, como a AT&T, empresa de telecomunicações que em 1984 foi dividida em diversas empresas menores, e a Standard Oil, que, dividida em 1911, entre outras, acabou gerando a Exxon.