Nível de endividamento das famílias brasileiras está cada vez mais alto. Black Friday deve ser aproveitada considerando, com atenção, as finanças.
Surgida nos Estados Unidos para aquecer a economia local antes do feriado de Natal, a Black Friday surgiu no Brasil em 2010, e desde então tem conquistado milhares de adeptos. Em 2019, o esperado evento de descontos vai acontecer na última sexta-feira do mês de novembro, mais precisamente no dia 29.
E se os brasileiros estão com boas expectativas de compra e prontos para aproveitar os descontos, muitos economistas alertam para os riscos de endividamento, já que, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) as dívidas estão cada vez mais comuns entre a população.
Segundo dados divulgados pela CNC em setembro deste ano, o nível de endividamento dos brasileiros atingiu o percentual de 65,1%, ou seja, mais de 65% das famílias brasileiras estão com algum débito ainda não quitado. E, ainda segundo o órgão, são as famílias mais pobres as que têm mais dificuldade de manter as contas em dia.
Então, quais as dicas dos especialistas para aproveitar a Black Friday, mas sem se endividar?
Compre apenas o necessário
A dica mais básica e fundamental que todo consultor financeiro dá é a seguinte: se não estiver precisando de nada, simplesmente não compre. Não adianta pensar que, em um futuro próximo, eventualmente, pode-se necessitar daquele produto ou serviço que está com desconto na Black Friday.
A compra deve ser motivada apenas se houver real necessidade. Não está precisando de nenhum sapato ou de nenhum videogame novo? Então, resista à tentação.
Não adianta pensar que o desconto é bom. É mais ou menos aquela lógica do personagem Julius, interpretado por Terry Crews, da série Everybody hates Chris (Todo mundo odeia o Chris): “se eu não comprar nada, o desconto é maior”.
Necessidade X impulso
Muitas pessoas usam o consumo para não pensar em algum problema real: está triste, compra um livro para se animar; está feliz, compra um sapato para combinar com a roupa; está inseguro no trabalho, compra uma roupa para melhorar o astral.
As desculpas são muitas, e é extremamente importante fazer uma autoavaliação e perceber quando se está comprando por impulso ou problema psicológico e quando se está comprando por real necessidade. Por isso, a decisão de compra na Black Friday deve ser feita bem antes da data e não no dia dos descontos.
Pesquise o preço antes da Black Friday
Outra dica extremamente importante é, depois de considerar a necessidade do produto, fazer uma pesquisa do preço do objeto ou serviço a ser adquirido.
Se a pessoa estiver incerta do que realmente precisa, as chances de fazer compras impulsivas é muito alta, por isso, é essencial que, se for aproveitar a Black Friday, já tenha decidido quais os produtos de que realmente necessita.
Pesquisar ajuda a evitar fraudes
No início da Black Friday no Brasil, muitas pessoas apelidaram o evento de “Black Fraude”, isso porque muitos comerciantes subiam o preço dos produtos alguns dias antes, e depois, no dia do evento, davam alguns descontos para maquiar a estratégia abusiva.
É claro que vários órgãos de defesa do consumidor atuaram e ajudaram a coibir esses procedimentos, mas a educação, inclusive financeira dos brasileiros, foi essencial para que esse tipo de prática não se repetisse.
Pesquisar bem antes de comprar é uma das melhores atitudes que ajudam a prevenir possíveis fraudes. Sabendo o real preço do produto e as possíveis oscilações de valor, o consumidor sabe quando o desconto é realmente uma vantagem e quando está sendo ludibriado.
“Esqueça” o cartão de crédito em casa
Para quem pretende curtir a Black Friday nas lojas offline, isto é, nos shoppings e centros comerciais, uma dica muito importante é deixar em casa os múltiplos cartões de crédito. Muitos especialistas aconselham que, se for sair, vá só com um cartão de crédito, de preferência, o que tem limite mais baixo.
Isso porque as pessoas tendem a se empolgar com a possibilidade de dividir a compra no crédito e aproveitam que não estão “perdendo” dinheiro na hora para se endividar no cartão.
Se levar só um cartão, a possibilidade de comprar tudo o que vê — e depois se arrepender — é menor e, consequentemente, a chance de se endividar sem motivo também fica menor.