Matt Hancock, ministro da Saúde do Reino Unido, alertou nesta segunda-feira (14) para o surgimento de uma nova variação do coronavírus identificada no país. Em reunião no Parlamento britânico, Hancock afirmou, com base em análises iniciais, que essa nova cepa estaria se multiplicando mais rapidamente que as já existentes do vírus Sars-CoV-2, podendo ser a causa do aumento de casos atualmente registrado no sudeste da Inglaterra, com mais de mil ocorrências em 60 localidades.
Em plena campanha de imunização contra a Covid-19 no Reino Unido, iniciada na semana passada, o ministro declarou, porém, ser “altamente improvável” que essa variação leve a quadros mais graves da doença ou apresente resistência às vacinas, mas antecipou que serão feitos testes laboratoriais para comprovação.
Enquanto isso, especialistas da área tranquilizam a população para evitar alarmismo infundado. “Grandes esforços estão em andamento para caracterizar a variação e entender seu surgimento. É importante manter uma perspectiva calma e racional sobre a cepa, já que essa é a evolução normal do vírus e esperamos que novas variantes surjam com o tempo”, observou Alan McNally, pesquisador da Universidade de Birmingham, em entrevista à BBC.
A propagação massiva de novas cepas, explica a BBC, pode ocorrer por diversas razões, inclusive de motivação humana, como intensa atividade turística – caso de uma variação de origem espanhola identificada em outubro, durante o relaxamento das restrições de isolamento social no verão europeu.
“A informação genética de vários vírus pode mudar muito rapidamente e algumas vezes essas mudanças podem beneficiá-los – ao permitir que se transmitam mais eficientemente ou escapem de vacinas ou tratamentos -, mas muitas transformações não têm qualquer efeito”, ponderou Jonathan Ball, da Universidade de Nottingham, acrescentando ser “prematuro afirmar qualquer coisa sobre os impactos potenciais da mutação”.