A Prosus, companhia holandesa subsidiária do grupo Naspers e controladora da Movile, firmou um acordo de compra da participação remanescente de 33,3% do Ifood junto ao acionista minoritário Just Eat Holding Limited.
Com a compra, a Movile e seus sócios se tornam sócios integrais do Ifood, maior empresa de delivery de comida do mercado nacional.
Segundo a Movile, o acordo prevê o pagamento em dinheiro de R$ 7,8 bilhões, o equivalente a 1,5 bilhão de euros, além de um potencial adicional de R$ 1,6 bilhão (300 milhões de euros), a depender da performance do app nos próximos 12 meses.
“Em um ambiente cada vez mais competitivo, a aquisição da participação remanescente no iFood pela Movile reforça que estamos no caminho certo e fazendo a diferença como empresa nacional de tecnologia, impactando positivamente a vida das pessoas no Brasil”, disse Fabricio Bloisi, CEO do iFood e fundador da Movile.
Atualmente, o iFood informa contar com uma base de 40 milhões de consumidores, 330 mil estabelecimentos parceiros (entre restaurantes e mercados) e 200 mil entregadores, que atendem 70 milhões de pedidos mensais com alcance em 1.700 cidades brasileiras.
Em agosto de 2021, a Movile recebeu aporte no valor de R$ 1 bilhão da Prosus para acelerar o crescimento das startups do grupo: iFood, de entregas de comida, mercado e varejo; Zoop e MovilePay, de serviços financeiros; Mensajeros Urbanos e Moova, de logística e, por fim, Afterverse, de games.
A Just Eat se viu obrigada a aceitar uma quantia menor por sua fatia no Ifood devido a crescentes pressões financeiras. A empresa foi recentemente atingida por uma desaceleração na demanda dos consumidores em meio à crise econômica, registrando queda de 7% nos pedidos do primeiro semestre de 2022 com relação ao mesmo período em 2021.
No ano passado, a companhia afirmou ter rejeitado uma oferta de US$ 2,3 bilhões por sua participação na empresa brasileira de delivery, afirmando que o valor estava muito baixo. Em junho deste ano, a Just Eat aumentou seu investimento no Ifood em US$ 1,74 bilhão.
De acordo com a Just Eat, o dinheiro da venda ajudaria no pagamento de dívidas acumuladas pela empresa que, no ano passado, viu seus papéis caírem quase 80% enquanto pressões pela venda de ativos para aumentar a confiança dos acionistas ganhavam força.
Por Laura Intrieri
Conteúdo publicado originalmente no SUNO Notícias