O terceiro maior produtor de consumos agrícolas no mundo pode ter dificuldades nas próximas safras. O Brasil é um dos maiores produtores na agropecuária, mas ainda depende de fertilizantes e agrotóxicos de países como a China e a Índia, e problemas nas potências asiáticas podem dificultar o sistema agrícola no país.
De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o Brasil é o maior produtor de soja do mundo e ocupa o terceiro lugar na produção de milho. O país ainda tem grande destaque nas culturas do café, laranja e cana-de-açúcar. Contudo, ainda possui dependência de insumos advindos da China.
De acordo com o sócio-diretor da consultoria Cogo, Carlos Cogo, mais de 60% dos ingredientes de agrotóxicos e de 70% dos usados em fertilizantes são importados. Mudanças na política energética da China fizeram diminuir a fabricação de produtos oriundos do fósforo amarelo e do glifosato, utilizados como fertilizantes e agrotóxicos, respectivamente.
A alteração se deve ao fato de a China tentar utilizar uma matriz energética renovável. O país ainda é dependente do carvão mineral, considerado muito poluente. Para reduzir o uso do material, o governo aumentou o preço da eletricidade, o que fez com que fábricas diminuam sua produção.
Como não há o mesmo número de defensivos e fertilizantes no mercado, os países adotaram uma prática protecionista. Tanto China como Índia decidiram priorizar o fornecimento dos itens para o mercado interno antes de enviá-los aos compradores.
De acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA Brasil), o agronegócio representou cerca de 21% do PIB brasileiro em 2019, sendo a maior parte agrícola. A falta de insumos pode afetar o rendimento brasileiro na balança comercial.
Contudo, esse é um problema que o país não enfrentará num futuro mais recente. A próxima safra brasileira está garantida devido a compras antecipadas dos insumos por parte de produtores brasileiros. Todavia, a escassez poderá ser sentida nas safras de 2022/23. O problema tende a pesar no bolso do consumidor final.
(com informações do g1)