O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, declarou nesta quarta-feira (9), em entrevista ao canal CNN Brasil, que a campanha de vacinação contra a Covid-19 já pode ter início entre este e o próximo mês, com a aplicação da vacina desenvolvida em parceria pelas farmacêuticas Pfizer e BioNTech. O anúncio consolida uma nova postura por parte do governo federal, que havia admitido menor interesse no imunizante em questão, devido à carência de infraestrutura para seu armazenamento a -70º C, e previsto apenas para o fim de fevereiro o início do programa nacional de vacinação.
Após informar um avanço nas negociações com os executivos da Pfizer, porém, o ministério avalia a possibilidade de começar a imunizar a população ainda neste ano, consideradas as seguintes condições: que a empresa norte-americana obtenha uma autorização emergencial junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e consiga adiantar a entrega de parte das 70 milhões de doses a serem adquiridas pelo Brasil, conforme termo de intenção divulgado nesta terça-feira (8). Até o momento, porém, não foi enviado nenhum pedido de aprovação emergencial à agência brasileira.
A prioridade do governo segue sendo a vacina da parceria entre o laboratório AstraZeneca e a Universidade de Oxford, junto aos quais firmou a compra de mais de 100 milhões de doses do imunizante, que deverá ser aprovado pela Anvisa até o fim de fevereiro, segundo projeção de Pazuello. Doses da vacina também serão fabricadas no país pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Reações alérgicas
O uso da vacina da Pfizer na campanha de imunização contra o novo coronavírus no Reino Unido, iniciada nesta terça (8), registrou dois casos de reações alérgicas à sua fórmula, de acordo com informações da agência regulatória nacional.
Em nota, o órgão britânico assegurou que os pacientes se recuperam bem, mas alertou que pessoas com histórico de reação alérgica significativa a vacinas, remédios ou alimentos, como anafilaxia (reação grave e potencialmente fatal), não devem receber a aplicação, além daquelas que usam adrenalina autoinjetável.
Foi determinado ainda que a imunização deve ser realizada somente em lugares onde houver estrutura para reanimação de pacientes.