Apesar de 37% dos brasileiros acharem que as empresas estão fazendo mais do que deveriam pela diversidade, equidade e inclusão, três em cada dez (29%) afirmam que é possível fazer mais. Os dados são do novo estudo do Boston Consulting Group (BCG), It’s Time to Reimagine Diversity, Equity, and Inclusion (“É hora de reimaginar diversidade, equidade e inclusão”, em tradução livre).
A pesquisa mostra que os investimentos em programas de diversidade e inclusão são crescentes. Nos Estados Unidos, ultrapassam os US$ 8 bilhões por ano, enquanto praticamente todas as 500 maiores companhias do país contam com ao menos um treinamento na área. O resultado, porém, não é o esperado: mundialmente, até 55% dos funcionários ainda se sentem discriminados no ambiente de trabalho, enquanto cerca de 75% não se sentem pessoalmente beneficiados pelos programas aplicados.
Para solucionar o problema, foram identificadas três principais mudanças que as empresas devem adotar. O primeiro passo é abandonar a mentalidade de “minoria vs. maioria” e demonstrar os benefícios da diversidade para todos, incluindo para a organização. Em seguida, é preciso redefinir quais pessoas de fato devem ser o foco das ações de diversidade, passando para um entendimento mais holístico dos indivíduos. Por exemplo, programas de trabalho flexível para apoiar mães que precisam cuidar dos seus filhos são uma ótima abordagem, mas que, sozinha, pode ignorar pessoas que cuidam de um pai idoso ou de um cônjuge doente e têm necessidades parecidas.
Por último, é necessário criar soluções levando em conta as necessidades emocionais de cada um, em vez de soluções técnicas e superficiais. Uma política de licença-maternidade ou paternidade estendida é ótima, mas a empresa deve pensar, por exemplo, na volta desse funcionário ao ambiente de trabalho e suas novas necessidades como pai ou mãe.
Para o futuro, o BCG afirma que as empresas precisarão pensar além de benefícios e políticas que atendam às necessidades de pequenos grupos, caso desejem reter e atrair talentos das próximas gerações. É preciso entender o que motiva cada indivíduo e quais barreiras eles enfrentam para, desta forma, desenvolver iniciativas que abram caminho para que as pessoas sejam quem realmente são no ambiente de trabalho.
O estudo completo pode ser acessado aqui.