Talvez você nem saiba ainda que houve um golpe de estado na Guiné, país da África Ocidental. Mas, dependendo do desenrolar da situação, vai sentir em breve o impacto dessa crise. Militares da força de elite do Exército prenderam o presidente Alpha Conde, dissolveram o Congresso e fecharam todas as vias de acesso ao país, incluindo aeroportos, portos e fronteiras. E é aqui que o problema toca em você. A Guiné é o segundo maior produtor de bauxita do mundo, material usado para produzir alumínio, que vira, entre outras coisas, latinha de refrigerante. Mas quem dera o impacto fosse apenas sobre as bebidas enlatadas.
O alumínio está nos carros, smartphones e uma gama imensa de outros produtos. Com a crise na Guiné, os contratos futuros de bauxita – que já vinham em disparada – atingiram sua máxima histórica, que tende a ser renovada dia a dia enquanto não houver o mínio de previsibilidade sobre a situação no país.
E por que o golpe fez o preço subir?
É uma conta simples. Com as fronteiras fechadas, nada nem ninguém entra ou sai da Guiné. Com isso, o mundo deixa de contar com os carregamentos de bauxita de lá, tornando o produto escasso no mercado. E aí é a lei da oferta e da procura: quanto menor a disponibilidade e maior a demanda, mais alto o preço.