Por que, mesmo com o relaxamento nas medidas de isolamento social, a covid-19 não teve ainda uma segunda onda no Brasil? As explicações são muitas, inclusive a de que sequer encerramos a primeira. Pesa também o fato de a doença ter chegado aqui quando já havia se espalhado fortemente pela Europa e Ásia, bem como a dificuldade de traçar um panorama seguro da difusão da doença no país, devido ao baixo índice de testagem. Agora que a nossa curva começa a dar sinais de estabilização da queda, autoridades acenderam o alerta para o risco de ela voltar a subir. E um novo estudo colocou sobre a mesa mais um motivo para preocupação: uma mutação do vírus.
A existência de variantes do novo coronavírus já era conhecida e isso é algo comum. Mas uma dessas mutações específicas foi apontada por um estudo suíço como a grande responsável pela segunda onda da covid-19 na Europa, que já levou Alemanha e França a adotarem novos lockdowns.
Segundo o estudo, que teve como base pacientes de diferentes países do velho continente, 4 de cada 5 novas infecções verificadas no Reino Unido foram provocadas por essas nova variante.
Os governos europeus estão em alerta porque não existem ainda muitos detalhes sobre a mutação nem se ela é mais agressiva ou resistente que a atual.
Riscos para o Brasil
A mutação encontrada na Europa foi localizada também em Hong Kong e Nova Zelândia, justamente onde ocorreram segundas ondas também. O risco levantado pelos pesquisadores é de que a variante se espalhe pelo mundo e provoque novos aumentos de casos em países onde, neste momento, estão em queda, como no Brasil.
Outra dúvida levantada refere-se ao poder de imunização das vacinas a essa mutação. Não é possível afirmar ainda que as iniciativas em desenvolvimento atualmente sejam eficientes contra ela.