Tem sido bastante disputada a corrida espacial entre bilionários que desenvolvem novas tecnologias para turismo e exploração estelar. Além do pioneirismo técnico, a competição atual é impulsionada por uma clara busca por protagonismo personalizado.
No início do mês passado, Jeff Bezos, fundador da Amazon e da empresa aeroespacial Blue Origin, anunciou que estará a bordo do foguete New Shepard, desenvolvido pela companhia, em seu primeiro voo tripulado, previsto para o dia 20 deste mês.
De acordo com a agência de notícias AFP, a intenção do executivo norte-americano era se adiantar ao britânico Richard Branson, CEO da rival Virgin Galactic, que já sinalizava intenção de participar do voo teste de sua própria empresa do setor, braço da gigante Virgin.
Nesta quinta-feira (1º), porém, Branson reagiu confirmando sua presença entre os quatro tripulantes da Virgin SpaceShip Two Unity, que tem voo marcado para 11 de julho. “Depois de 16 anos de pesquisa, engenharia e testes, a Virgin Galactic está na vanguarda de uma nova indústria espacial comercial, que deve abrir o espaço para a humanidade”, declarou em nota a companhia.
O troco não demorou. Entrevistado pelo jornal “The New York Times”, o CEO da Blue Origin, Bob Smith, minimizou o anúncio de Branson, alegando que o concorrente não voará tão alto quanto Bezos e o New Shepard, já que deve se manter abaixo da linha de Karman, um limite imaginário entre a atmosfera da Terra e o espaço, a cerca de 100km acima do nível do mar. “É uma experiência muito diferente”, disse Smith.
Em outro trunfo midiático desta quinta, a Blue Origin revelou que, entre os acompanhantes de Bezos no New Shepard estará Wally Funk, pioneira da aviação norte-americana, que integrou um grupo de mulheres treinadas pela Nasa para viajar ao espaço no início dos anos 1960, mas viu a iniciativa ser cancelada por questões de gênero. Aos 82 anos, Funk se tornará a pessoa mais velha a visitar as estrelas, superando o recorde de 77 anos do compatriota John Glenn.
Ambos os lançamentos irão proporcionar alguns minutos de gravidade zero aos tripulantes.
(com informações de AFP e O Globo)