Empreender virou a alternativa de renda para milhões de brasileiros que foram atingidos pelo desemprego e que não conseguiram uma recolocação no mercado. De acordo com o relatório da Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2020, realizada no Brasil pelo Sebrae em parceria com o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP), 82% dos empreendedores iniciais declararam que foram empreender devido à escassez de empregos. Além disso, grande parte dos empreendedores iniciais têm poucos recursos: 53% ganham até três salários mínimos.
De acordo com o gerente de competitividade do Sebrae, Cesar Rissete, com preparo e inovação é possível que esses pequenos negócios cresçam no futuro e sobrevivam, desde que sigam alguns passos importantes. Um dos conselhos é que as pessoas empreendam em uma área que já tenham habilidade e conhecimento ou fiquem atentas às necessidades de mercado que possam ser atendidas por um novo serviço ou produto. “Não é porque o empreendedor está sem emprego ou renda que ele não pode empreender por oportunidade”, frisa.
Rissete ainda destaca que é preciso pensar nos recursos financeiros para abrir e manter o negócio. “Como esses empreendedores têm uma renda baixa e provavelmente não conseguiriam um financiamento de alto valor, é interessante que busquem se inserir em atividades que tenham baixa necessidade de capital, ou seja, um segmento onde consigam empreender sem muitos recursos”, afirma. O gerente ressalta que é possível pensar em investimentos de equipamentos mais acessíveis, inclusive usados e que, dependendo do caso, é interessante procurar microcréditos para não imobilizar todos os recursos disponíveis.
“O empreendedor precisa ter recursos para a aquisição de matéria prima e de insumos, por exemplo, e dificilmente conseguirão financiamento para isso”, comenta. Rissete destaca que que os investimentos iniciais têm que ser condizentes com a condição financeira dos empreendedores e que é importante lembrar sempre que quem está começando, geralmente, ainda é pequeno e tem poucos clientes. O gerente de competitividade do Sebrae ainda observa que com o aumento do comércio eletrônico, muitos empreendedores começam sem a obrigatoriedade de contar com um ponto fixo, o que já reduz o valor a ser investido
Confira abaixo uma lista de dicas preparadas pelo Sebrae:
1. Antes de abrir uma empresa, pense e observe. A boa tomada de decisões necessita de reflexões. Retire um ou mais dias de observações e reflexões antes de iniciar. Empreender requer observação. Esse intervalo para reflexão pode salvar uma empresa;
2. Procure o Sebrae e converse sobre sua ideia com os consultores;
3. É necessário um preparo mínimo. O Sebrae oferece mais de 140 capacitações gratuitas e online;
4. Procure empreender em uma área que já conheça ou que você tenha descoberto uma necessidade de mercado;
5. Se você precisar adquirir equipamentos, pense em recorrer a um microcrédito para não ficar sem capital de giro. Você vai precisar de recursos para aquisição de matéria prima e insumos;
6. Fique de olho nas finanças e no fluxo de caixa;
7. Os consumidores querem qualidade, comodidade e menos contato. Estude as tendências de mercado e ofereça produtos que reúnam isso;
8. Descubra quem é sua clientela. Você precisa saber quem poderá ser seu potencial cliente. Vale muito a pena você olhar em volta para perceber o fluxo de consumo;
9. Pense que sua clientela pode ser formada inicialmente de antigos amigos do trabalho, conhecidos do condomínio ou do bairro, funcionários e pais de alunos das escolas dos filhos, usuários de redes sociais e por aí vai;
10. Fique atento às suas redes de contato, sejam do mundo virtual ou não;
11. Se você vai oferecer um produto ou serviço que já existe, fique de olho na concorrência para saber como ela atua;
12. Ofereça produtos diferentes. Essa poderá ser a chave do seu sucesso
13.Descubra como você vai se conectar ao seu cliente. A digitalização está aí e não tem como fugir.