Em cerimônia realizada no Palácio do Planalto nesta quarta-feira (16), o Ministério da Saúde anunciou o lançamento do Plano Nacional de Operacionalização da Vacina contra a Covid-19. O programa do governo federal prevê a imunização de grupos prioritários em suas quatro primeiras fases (incluindo profissionais da saúde, idosos, indígenas, portadores de doenças crônicas, professores e forças de segurança), totalizando 51 milhões de cidadãos que receberão duas doses da vacina em um intervalo de 14 dias.
Espera-se que essas etapas, que exigirão 108,3 milhões de doses, sejam concluídas em quatro meses, para então se iniciar a imunização da população em geral ao longo de outros 12 meses. Ainda não há, porém, data exata para o começo da campanha; apesar de o governo afirmar já ter garantido 300 milhões de doses por meio de três acordos (com Universidade de Oxford/AstraZeneca/Fiocruz, Covax Facility e Pfizer/BioNTech) e demonstrar interesse em negociar a CoronaVac, desenvolvida pelo Instituto Butantan e a farmacêutica chinesa SinoVac, nenhuma das vacinas ainda foi submetida ao registro e aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), trâmite obrigatório para sua aplicação. A sinalização do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, é de que todos os imunizantes autorizados pelo órgão regulador serão adquiridos para o programa.
A pasta revelou também que irá lançar uma campanha nacional de comunicação para esclarecer a população sobre a segurança e eficácia das vacinas. Contrária à postura do presidente Jair Bolsonaro (que já declarou não pretender se vacinar e levantou suspeitas sobre os efeitos dos imunizantes), a iniciativa deverá trazer informações sobre os processos de produção, aprovação e distribuição das fórmulas, além de divulgar, em fase posterior, dados sobre públicos prioritários e locais de aplicação.