O Instituto Gamaleya, responsável pela vacina Sputnik V, desenvolvida contra a Covid-19 em parceria com o Fundo Soberano da Rússia, anunciou nesta quinta-feira (29) que entrará com uma ação contra a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) por difamação, após a agência ter vetado o uso da fórmula no Brasil.
“A Sputnik V está iniciando um processo judicial de difamação no Brasil contra a Anvisa por espalhar informações falsas e imprecisas intencionalmente”, declarou a fabricante, em publicação na página oficial da vacina no Twitter.
No início da semana, o órgão brasileiro negou pedido de importação da fórmula por governos de dez estados, alegando ter identificado riscos à saúde em sua composição e insuficiência de dados para comprovar sua eficácia.
O instituto e o fundo de investimento russos reagiram lançando um comunicado na terça (27), em que questionam a decisão e argumentam que os técnicos da agência tiveram acesso “a todos os documentos relevantes, bem como aos locais de pesquisa e produção” do imunizante. A nota também ressalta que a segurança e a eficácia da Sputnik V foram atestadas por mais de 60 países onde a vacina teve aplicação autorizada.
O CEO do Fundo Soberano da Rússia, Kirill Dmitriev, chegou a insinuar que houve interferência dos Estados Unidos no caso, referindo-se ao fato de as autoridades de saúde norte-americanas terem aconselhado o Brasil a recusar o imunizante em relatório do ano passado. De fato, nem a Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês), nem a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) aprovaram a vacina.
Em outra mensagem no Twitter, o Gamaleya reafirmou que a Anvisa “fez declarações incorretas e enganosas”, desconsiderando dados de que os vetores adenovirais presentes na fórmula não apresentariam capacidade de replicação e seriam inofensivos ao organismo.
(com informações de O Globo, AFP e Exame)