Segundo dados divulgados nesta terça-feira (29) como parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil registrou taxa de desemprego de 14,3% entre agosto e outubro, um acréscimo de 0,5 ponto percentual em relação ao índice do trimestre anterior (13,8%), afetando 14,1 milhões de pessoas. Na comparação com o mesmo período de 2019, a diferença sobre para 2,7 pontos (11,6%).
Enquanto a população desocupada, à procura de trabalho, aumentou 7,1% (931 mil brasileiros) diante do período antecedente (13,7%, ou 1,7 milhão de brasileiros a mais, na analogia com o mesmo trimestre do ano passado), a população ocupada também registrou alta, crescendo 2,8% e chegando a 84,3 milhões de brasileiros – variação possivelmente vinculada ao retorno de trabalhadores afastados, segundo Adriana Beringuy, analista do levantamento.
Ela salienta, porém, que “se compararmos com o mesmo trimestre do ano anterior, temos uma população ocupada que é menor em quase 10 milhões de pessoas e um aumento de 12 milhões na população fora da força [de trabalho]. Então esse pode ser um início de uma recomposição, mas as perdas acumuladas na ocupação durante o ano ainda são muito significativas”.
Entre outras informações, o estudo demonstra acréscimos na taxa de informalidade, que atingiu 38,8% da população ocupada (32,7 milhões de trabalhadores), após registro de 37,4% no trimestre anterior; no número de empregados do setor privado sem carteira assinada, que subiu 9% na mesma comparação, totalizando 9,5 milhões de pessoas; e no índice de trabalhadores por conta própria, que aumentou 4,9% (mais 1,1 milhão) contra o trimestre anterior, englobando 22,5 milhões de brasileiros.
Apesar de ter subido 0,9 ponto percentual, o nível de ocupação observado nessa última pesquisa é de 48%, ou seja, menos da metade da população do país em idade para trabalhar encontra-se ocupada.
Calculado em 5,8 milhões de pessoas, o índice da população desalentada, aqueles desempregados que não procuraram trabalho, mas estavam disponíveis, se manteve em estabilidade na relação com o trimestre anterior, mas representa acréscimo de 25% na analogia com o mesmo período de 2019.