A partir do dia 1º de novembro, os trabalhadores alemães não vacinados contra a Covid-19 não receberão indenização por perdas salariais caso tenham de se submeter a quarentena por contaminação pelo vírus.
De acordo com anúncio feito nesta semana pelo Ministério da Saúde da Alemanha, a decisão foi aprovada junto a órgãos regionais e deve afetar cidadãos que não tenham recebido doses dos imunizantes disponíveis e testem positivo para o novo coronavírus ou tenham retornado de viagens a locais considerados de “alto risco” para a infecção – como o são atualmente o Reino Unido e partes da França, por exemplo – e, por isso, precisem passar por períodos de isolamento obrigatório.
“Dizem que se trata de uma pressão sobre os não vacinados, mas acredito que é preciso ver as coisas de um outro ângulo. É uma questão de igualdade”, defendeu o ministro da Saúde alemão, Jens Spahn. “Aqueles que se protegem e protegem os outros se vacinando se perguntam por que devem pagar por alguém que saiu de férias em uma zona de risco e, não estando vacinado, teve que ser colocado em quarentena”, complementou.
A nova medida, de fato, divide opiniões no país; críticos acusam o governo de estar obrigando a população a se imunizar. De acordo com uma pesquisa divulgada na segunda-feira (20), 48% dos cidadãos apoiam a determinação, enquanto 43% se mostram contrários.
Até o momento, 63,4% dos alemães já receberam as duas doses previstas da vacina, mas o ritmo de imunização tem registrado queda nas últimas semanas, e o governo ainda enfrenta a resistência daqueles que decidiram por não se vacinar.
Para Spahn, essa é uma escolha livre e pessoal, mas “deve estar acompanhada da responsabilidade de assumir as consequências financeiras”.
(com RFI e AFP)