O Ministério Público Federal (MPF) no Amazonas apresentou nesta quarta-feira (14) ação de improbidade administrativa contra Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, e Marcellus Campelo, secretário de Saúde do estado, por suposta omissão na gestão do combate à pandemia da Covid-19, que provocou o colapso hospitalar de Manaus (AM) há alguns meses.
Segundo o órgão, os acusados não adotaram, entre dezembro de 2020 e janeiro deste ano, medidas eficazes para conter a segunda onda do novo coronavírus no Amazonas. Houve, de acordo com as investigações do MPF, cinco atos de improbidade por parte dos agentes públicos: atraso e lentidão do Ministério da Saúde no envio de equipe para diagnosticar a nova onda da infecção no estado; omissão no monitoramento da demanda de oxigênio medicinal e na adoção de medidas para evitar seu desabastecimento nos hospitais locais; pressão pela administração de remédios do chamado “tratamento precoce” contra a doença, que não dispõe de comprovação científica; demora na transferência de pacientes sem leitos para outros estados; e ausência de estímulo ao isolamento social.
“O que se viu foi uma série de ações e omissões ilícitas que, somadas, violaram esses deveres e contribuíram para o descontrole da gestão da pandemia no Amazonas, com o colapso do fornecimento de oxigênio e decorrente óbito por asfixia de pacientes internados”, afirmou em nota o MPF, apontando “grave falha de governança que envolveu a cúpula dos dois órgãos (Ministério da Saúde e Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas)”.
O processo, que também inclui três ex-secretários do ministério e o coordenador do Comitê de Crise do Amazonas, Francisco Ferreira Máximo Filho, aguarda análise da 9ª Vara Federal no Amazonas.
(com informações de Agência Brasil e UOL)