O governo da Dinamarca informou nesta quarta-feira (14) que decidiu abandonar o uso da Covishield, vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela farmacêutica AstraZeneca e a Universidade de Oxford, em seu programa nacional de imunização. O país se tornou, assim, o primeiro da Europa a tomar a medida em meio a investigações sobre uma possível ligação entre a fórmula e a formação de coágulos sanguíneos raros, mas graves.
“Baseando-se em análises científicas, nossa avaliação geral é de que existe um risco real de efeitos colaterais graves associados ao uso da vacina anti-Covid-19 da AstraZeneca”, afirmou em comunicado o diretor-geral da Autoridade Sanitária da Dinamarca, Soren Brostrom.
Apesar de o governo ter anunciado que a decisão é definitiva, o órgão de saúde dinamarquês declarou que não descarta voltar a utilizar a Covishield caso necessário, concordando com as avaliações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês), segundo as quais os benefícios da aplicação da vacina superam os riscos investigados. Mas o atual contexto do novo coronavírus no país, com apenas 563 novos casos e três mortes registradas na terça (13), permite o descarte do imunizante, segundo a autoridade dinamarquesa: “No meio de uma epidemia, é uma decisão difícil continuar nosso programa de vacinação sem um imunizante eficaz e prontamente disponível contra a Covid-19. No entanto, temos outras vacinas à disposição, e a epidemia está atualmente sob controle”.
Vários países europeus têm implementado restrições à aplicação da Covishield desde que surgiram relatos dos supostos efeitos colaterais graves. No Reino Unido, por exemplo, não se recomenda o uso da vacina em pessoas com menos de 30 anos; já na Alemanha, aqueles com menos de 60 anos que receberam uma dose do imunizante são aconselhados a buscar uma segunda dose de outro.
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) solicitou que a bula da vacina inclua uma advertência sobre a possibilidade de efeitos colaterais.
(com informações de UOL e CNN Brasil)