A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) informou nesta terça-feira (19), em documento enviado ao Ministério Público Federal (MPF), que adiou a entrega das primeiras doses produzidas no Brasil da vacina de Oxford, desenvolvida em parceria com a universidade do Reino Unido e a farmacêutica sueco-britânica AstraZeneca para combater a pandemia do novo coronavírus.
De acordo com o jornal “O Estado de S. Paulo”, a entidade explicou que a alteração em seu cronograma se deve ao atraso na importação dos insumos necessários à fabricação do imunizante, que estavam previstos para chegar da China no dia 9 deste mês. Inicialmente, a Fiocruz esperava entregar 1 milhão de doses da vacina entre os dias 8 e 12 de fevereiro, mas com a nova previsão de recebimento dos insumos chineses para este sábado (23), esse primeiro lote só deve estar disponível para a campanha nacional de imunização contra a Covid-19 no início de março.
Os esclarecimentos foram dados em resposta a um ofício enviado no último dia 11 pelo MPF, em que o órgão solicitou detalhes sobre a elaboração e o fornecimento do imunizante pela Fiocruz, cujo cronograma inclui ainda testes de qualidade que podem demorar quase 20 dias. Em nota, a entidade garantiu, porém, que “segue com o compromisso de entregar 50 milhões de doses até abril deste ano, 100,4 milhões até julho e mais 110 milhões ao longo do segundo semestre, totalizando 210,4 milhões de vacinas em 2021”.
Para este início do Plano Nacional de Imunização (PNI), lançado nesta semana com aplicações de doses da vacina Coronavac – produzida pela parceria entre o Instituto Butantan e o laboratório chinês Sinovac -, o governo federal espera contar ainda com outras 2 milhões de doses do imunizante de Oxford importadas da Índia, que também fabrica a fórmula. A aquisição, prevista para a semana passada, tem sofrido atraso em meio a impasses na negociação com as autoridades indianas.