Pesquisadores da Universidade George Washington, nos Estados Unidos, concluíram em estudo preliminar que a popular aspirina (ácido acetilsalicílico), tão comum para tratar dores, inflamações e febre, pode ser a nova arma da medicina no combate ao novo coronavírus.
De acordo com o trabalho, recentemente publicado na revista científica “Anesthesia & Analgesia”, a aplicação do remédio em baixa dosagem teria eficácia na redução dos riscos de intubação, internação em UTI e morte entre os infectados pela doença.
Após analisar os registros de 412 pacientes da Covid-19 em hospitais norte-americanos entre março e julho do ano passado, com cerca de 24% deles tendo recebido aspirina nos sete dias antes ou 24 horas após sua admissão, os cientistas observaram que o uso do medicamento se associava a quedas de 44% no risco de necessidade de ventilação mecânica, 43% na probabilidade de transferência para a UTI e 47% na taxa de mortalidade.
Segundo os responsáveis pela pesquisa, o potencial da aspirina no tratamento contra o novo coronavírus estaria em seu efeito anticoagulante, que impediria a formação de coágulos sanguíneos e complicações trombóticas provocadas pela reação do organismo à infecção. “É por isso que pensamos que o uso de um agente antiplaquetário, ou um diluente do sangue, como a aspirina, pode ser útil na Covid-19”, destacou o Dr. Jonahan Chow, pesquisador e professor da Escola de Medicina e Ciências da Saúde da Universidade George Washington, em entrevista à CNN.
Apesar de outros estudos já terem apontado para os possíveis benefícios do remédio no combate à infecção, os autores do trabalho mais recente pediram cautela sobre seus resultados e ressaltaram a necessidade da realização de ensaios clínicos randômicos, com a administração do medicamento e placebo, “para avaliar se existe uma relação causal entre o uso de aspirina e a redução da lesão pulmonar e da mortalidade em pacientes com a Covid-19”. Segundo o Dr. Chow, uma pesquisa desse tipo já está sendo desenvolvida no Reino Unido.