A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) solicitou nesta quarta-feira (7) que a bula da vacina Covishield passe a incluir uma advertência sobre a possibilidade de efeitos colaterais por ocorrências tromboembólicas com trombocitopenia. O imunizante contra a Covid-19 foi desenvolvido pela parceria entre o laboratório AstraZeneca, a Universidade de Oxford e, no Brasil, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
“Trata-se de casos muitos raros de formação de coágulos sanguíneos associados à trombocitopenia – diminuição do número de plaquetas (fragmentos de células que ajudam a coagular o sangue) – e, em alguns, sangramentos que podem estar associados ao uso da vacina”, explicou a entidade em nota, lembrando que quadros do tipo foram registrados na Europa – o que levou à suspensão do uso da Covishield em alguns países.
Apesar dos relatos, assim como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês), a Anvisa defende a continuidade da aplicação da vacina, já que, “até o momento, os benefícios superam os riscos”.
De acordo com o órgão, dentre mais de 4 milhões de doses já administradas no Brasil, foram identificados 47 casos suspeitos de eventos adversos tromboembólicos, sendo somente um deles associado à trombocitopenia.
Ainda assim, a agência afirmou não ter sido possível estabelecer uma relação direta e de causalidade entre tais ocorrências e o uso da Covishield. “Também não foram identificados fatores de risco específicos para a ocorrência do evento adverso”, acrescentou.
Apesar de enfatizar que “o risco de ocorrência de coágulos sanguíneos é baixíssimo”, a Anvisa declarou que “o cidadão deve estar atento aos possíveis sintomas associados (falta de ar, dor no peito, inchaço na perna, dor abdominal persistente, sintomas neurológicos, como dores de cabeça fortes e persistentes ou visão turva, entre outros) para que procure atendimento médico imediato”.
“Reforça-se que a maioria dos efeitos colaterais que ocorrem com o uso da vacina são de natureza leve e transitória, não permanecendo mais do que poucos dias”, explicou a entidade.