A eleição de Joe Biden, do Partido Democrata, como o novo presidente dos EUA foi ratificada na madrugada desta quinta-feira (7), em sessão parlamentar retomada horas após o Capitólio, sede do Congresso norte-americano em Washington, ter sido invadido por apoiadores radicais do candidato derrotado no pleito, o atual presidente Donald Trump, do Partido Republicano. “Mesmo que eu discorde totalmente do resultado da eleição, e os fatos me confirmem, haverá uma transição ordenada em 20 de janeiro”, afirmou Trump, referindo-se ao dia em que o rival tomará posse ao lado da vice-presidente eleita, Kamala Harris.
O evento da contagem oficial dos votos do Colégio Eleitoral, que registrou em dezembro o triunfo de Biden por 306 a 232, é tipicamente considerado mero procedimento formal para confirmar o resultado das urnas, mas Trump vinha se recusando a reconhecer a derrota para o concorrente sob acusação de fraude, com sucessivas tentativas de anular a eleição na Justiça, sem, porém, apresentar evidências que atestassem suas alegações.
Nesta quarta (6), além de pressionar o atual vice-presidente Mike Pence, que presidiu a sessão no plenário, a não aceitar a certificação de Biden como novo ocupante da Casa Branca, Trump havia garantido a seus apoiadores não desistir de reverter sua derrota, incentivando-os a marchar até o Capitólio. Reunidos em frente ao edifício, radicais favoráveis ao presidente o invadiram, em confronto com as forças de segurança locais, e interromperam o evento. Quatro pessoas morreram e 52 foram presas segundo a polícia, que também teve 14 de seus agentes feridos.
“Para aqueles que causaram estragos em nosso Capitólio hoje: vocês não ganharam”, declarou Pence ao reiniciar a sessão. “A violência nunca vence. A liberdade vence. Ao nos reunirmos novamente nesta câmara, o mundo testemunhará novamente a resiliência e a força de nossa democracia”, continuou o vice-presidente.