A dedicação em ser referência em transformação social está entre os objetivos que mais se destacam dentro das organizações do terceiro setor. No entanto, para o sucesso de uma iniciativa sem fins lucrativos, é necessário muito mais do que a vontade de fazer a diferença e combater um problema social. Isso porque apenas um bom propósito não resolve tudo.
Com a evolução das discussões sobre empreendedorismo e negócios de impacto, é vital para uma instituição social se estruturar de forma semelhante a qualquer outro negócio. Adotar estratégias de engajamento da equipe e criar uma gestão bem estruturada são atividades essenciais, ainda que pouco valorizadas pelo setor.
É indispensável que as organizações sem fins lucrativos tenham um planejamento estratégico bem estruturado para que possam alcançar suas metas e principalmente ganhar escala, sendo incentivadas por apoiadores notáveis. Para isso, é primordial enxergar o projeto e todas as suas atuações de maneira unificada. Como qualquer outra corporação, é preciso determinar KPIs (indicadores-chave de desempenho), e estes devem ser aplicados a desde o CEO até o último voluntário.
O sentimento de liderança é outra força dentro de uma boa gestão. Para isso, é importante ter um líder que inspire e desperte o interesse de cada voluntário e parceiro. Nesse sentido, é muito importante que a figura dos fundadores ou diretores da instituição seja sinônimo de clareza e motivação, de forma que cada profissional ou voluntário envolvido se sinta parte do propósito e saiba exatamente o que se espera de cada um.
Outro caminho a ser seguido é estabelecer metas trimestrais que sejam objetivas, viáveis e mensuráveis. E, mais do que isso, compartilhar tais metas com todos os envolvidos, adotando estratégias de avaliação para cada setor e pessoa, tudo de maneira transparente e justa. Além disso, a avaliação comportamental de todos os integrantes de uma entidade do terceiro setor torna a gestão muito mais concisa. Esse modelo deve se basear nos princípios e valores de cada instituição.
Também é crucial aplicar soluções que garantam um ROI, o retorno sobre o investimento, de forma que a organização, além de referência, tenha escalabilidade e alcance seus objetivos voltados ao benefício social.
É preciso ter um olhar empreendedor, mensurando o sucesso dos projetos tanto em escala empresarial como social e, assim, realizar cada ação de maneira concisa para a geração de impacto.
* Sabine Zink é cofundadora do SAS Brasil,instituição humanitária itinerante que viaja pelo Brasil levando acesso à saúde, educação e entretenimento para comunidades em situação de vulnerabilidade.