Com recordes de audiência e patrocinadores fazendo fila para aparecer na atração, a nova edição do Big Brother Brasil tem sido um dos assuntos mais comentados na internet desde a sua estreia. A receita triunfal da Globo para o reality show criou um programa que gera debates, picos de pesquisas no Google, “aulas de economia” e, como tudo que faz sucesso nas redes sociais, também muitos memes.
Nos últimos dias, no entanto, os memes têm envolvido uma figura da casa específica: Karol Conká, protagonista de intrigas e confusões na casa e “vilã” da edição do programa. Desde o último domingo (21), quando a artista foi indicada ao paredão, o público tem especulado sobre sua eliminação, com memes e piadas envolvendo a possível taxa de rejeição. Mas, enquanto montagens no Twitter, Whatsapp e Instagram de pessoas anônimas fazem parte da relação do público com o programa, o paredão de Karol também virou alvo de marcas que querem entrar na onda do BBB, e a estratégia pode ter resultados negativos.
Direito de imagem
Sim, embora as peças de divulgação de “adivinhe a porcentagem da eliminação de Karol Conká e ganhe desconto” gerem engajamento nas redes e ainda ajudem a conquistar a simpatia do público que torce pela eliminação da cantora, “a conta dos memes” pode chegar. Ao explorar a imagem de Karol Conká comercialmente para surfar no assunto do momento, as marcas podem ser cobradas pela artista por direitos de imagem depois que ela sair do programa. Além disso, no caso de memes e imagens com conotações agressivas, autores podem ser processados por motivos de danos morais e até de apologia à violência.
Associações negativas
Além de problemas jurídicos, negócios que apostam na abordagem dos memes com a imagem da cantora também podem prejudicar suas próprias reputações. O especialista em branding Marcos Hiller, Chief Brand Officer da HILLER Consulting, explica que marcas que tentam ser “engraçadonas a qualquer custo” geram apenas uma “medida de engajamento de baixo nível”. “Por mais que isso possa gerar uma viralização, um buzz, um possível aumento de vendas de uma trufa, isso não contribui para construção de reputação e brand awareness. David Aaker, um dos maiores teóricos de marca, hoje professor emérito da Universidade de Berkeley diz em alto e bom tom: “Crie associações positivas para sua marca”. O resultado que importa é introduzir uma emoção positiva e uma conexão mais verdadeira com a marca”, explica Hiller.