Apesar de ter sido desencalhado no último dia 29, o navio gigante Ever Given, operado pela Evergreen Marine, permanece no Canal de Suez. De acordo com a agência de notícias Reuters, o porta-contêineres, que virou notícia em todo o mundo ao bloquear a importante rota marítima por seis dias após uma rajada de vento de areia, está estacionado em um lago entre duas seções do canal, proibido de partir.
A detenção por ordem judicial atende a um pedido da Autoridade Egípcia do Canal de Suez (SCA, na sigla em inglês), responsável pela administração local e pelo desencalhe do Ever Given. A entidade busca uma indenização no valor de US$ 916 milhões contra o japonês Shoei Kisen, proprietário do navio.
Segundo a seguradora do Ever Given, UK Club, o pedido inclui US$ 300 milhões como “bônus de salvamento” e outros US$ 300 milhões para “perda de reputação”. “Estamos decepcionados com a decisão da SCA de prender o navio”, declarou a empresa, segundo a qual uma “oferta generosa e cuidadosamente considerada” havia sido feita à entidade na segunda-feira (12).
O engarrafamento causado pelo Ever Given na rota comercial que liga a Ásia e a Europa afetou pelo menos 369 embarcações, prejudicando cadeias de abastecimento em todo o mundo e gerando atrasos onerosos para as empresas, segundo a Reuters.
Devido ao encalhe, vários outros navios que chegariam ao canal alteraram seu rumo pela África do Sul, o que também provocou prejuízo à SCA em taxas de uso do local. “Assim que concordarem com o pagamento, o navio poderá sair”, afirmou o presidente da SCA, Osama Rabie, ao “Wall Street Journal”.