Na era em que estar online o tempo todo já virou algo comum, o maior medo de quem usa redes sociais e faz compras online é a invasão de privacidade. É o que indica o estudo Accenture Interactive’s 2019 Consumer Pulse Survey, feito com entrevistas de 8 mil consumidores e traz, em seus resultados, as técnicas de propaganda que mais assustam os consumidores.
Se você não consegue imaginar como uma técnica de publicidade pode ser assustadora, imagine a seguinte situação: você está conversando com um amigo sobre querer comprar um sapato. Ele recomenda uma marca que você nunca ouviu falar, e a conversa segue. Pouco tempo depois, você checa suas redes sociais e se depara com um anúncio justamente da marca recomendada pelo seu amigo, mesmo sem nunca ter feito nenhuma pesquisa sobre ela. E aí vem o medo: será que os “robôs” do seu celular estão escutando suas conversas, mesmo que seu assistente de voz não esteja acionado, e divulgando suas informações para empresas?
De acordo com ranking da Accenture, esse é justamente o medo número um. Confira a lista com as cinco técnicas que mais assustam os usuários:
1. Receber anúncio por algo que foi comentado próximo a um assistente de voz, mas nunca chegou a ser pesquisado (73%).
2. Anúncios que seguem o consumidor em diferentes dispositivos (69%).
3. Chatbots que têm acesso ao histórico online do consumidor – não apenas de compras (66%).
4. Um anúncio em rede social baseado nas buscas de compras em outros sites (66%).
5. Chatbots que têm acesso ao seu histórico de interações com serviços de atendimento ao consumidor (64%).
Mito ou realidade?
O medo número um dos usuários é real, mas será que as empresas estão realmente escutando conversas pelo microfone? O Facebook, que detém o Instagram, afirma que não. “Não fazemos isso. É fascinante que esse mito persista. Recebo essa pergunta o tempo todo”, disse o vice-presidente de privacidade do Facebook, Steve Satterfield em entrevista ao G1.
No ano passado, em depoimento ao congresso americano, o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, afirmou que a ideia de que o Facebook estaria ouvindo conversas é “teoria da conspiração”. O Google também declarou que não coleta conversas por meio de dispositivos para fins publicitários.
O que todas essas empresas fazem para conseguir esse direcionamento de publicitário tão certeiro, elas afirmam, é usar ferramentas que mapeiam os passos online dos usuários. No caso do Facebook, o algoritmo vai além, e consegue também recomendar conteúdos e produtos que são preferidos por seus amigos e pessoas próximas. Na internet, todas as suas preferências e maneiras de se relacionar com marcas e produtos são analisadas: os algoritmos estão sempre de olho.