Uma vacina para a Covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford, na Inglaterra, terá testes conduzidos no Brasil, com início neste mês de junho. Dois mil voluntários participarão dos testes, que serão feitos em São Paulo e no Rio de Janeiro.
O Brasil será o primeiro país fora do Reino Unido a testar a eficácia da imunização. A articulação para a vinda dos testes foi liderada pela professora Sue Ann Costa Clemens, diretora do Instituto para a Saúde Global da Universidade de Siena e pesquisadora brasileira especialista em doenças infecciosas e prevenção por vacinas.
Em São Paulo, os testes serão conduzidos pelo Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e os gastos com infraestrutura médica e equipamentos foram bancados pela Fundação Lemann, organização do empresário Jorge Paulo Lemann.
No Rio de Janeiro, os testes serão feitos pela Rede D’Or São Luiz, que também viabilizará o projeto financeiramente, com a coordenação do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (Idor).
Nas duas cidades, os voluntários devem ser pessoas que estejam na linha de frente do combate à Covid-19 e que sejam soronegativo, ou seja, não contraíram o Covid-19 anteriormente.
Segundo a Dra. Lily Yin Weckx, investigadora principal do estudo e coordenadora do CRIE-Unifesp, “o mais importante é realizar essa etapa do estudo agora, quando a curva epidemiológica ainda é ascendente e os resultados poderão ser mais assertivos.”
Em entrevista ao G1, Antonio Carlos Moraes, um dos pesquisadores da equipe do Idor, explicou que os voluntários serão acompanhados por um ano, passando por consultas e exames para verificar possíveis efeitos colaterais.
“Depois de um ano vamos avaliar os resultados a partir de dois parâmetros: primeiro a eficácia, a partir da porcentagem de infectados e segundo a segurança, porque não se justifica usar uma vacina que apresente mais riscos do que a própria doença”, afirmou Moraes.