O Brasil já começa a receber no próximo mês uma das vacinas desenvolvidas para o combate à pandemia do novo coronavírus. Nesta quarta-feira (2), em audiência pública no Congresso Nacional, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, revelou que chegará ao país, entre janeiro e fevereiro, um lote de 15 milhões de doses da vacina do laboratório AstraZeneca, criada em parceria com a Universidade de Oxford, do Reino Unido, e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
“No primeiro semestre, chegamos a 100 milhões de doses”, anunciou Pazuello.
Conforme o acordo firmado com o laboratório, além da compra do imunizante, o governo federal terá direito à transferência de tecnologia que permitirá a produção autônoma da vacina, por meio da Fiocruz, no segundo semestre do próximo ano. “Já com a tecnologia transferida, nós poderemos produzir com a Fiocruz até 160 milhões de doses a mais. Só aí são 260 milhões de doses”, acrescentou o ministro.
O imunizante da AstraZeneca está em fase avançada de desenvolvimento, com testes e estudos acompanhados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a quem cabe o aval para sua distribuição e aplicação na população.
Outras três vacinas seguem em teste no Brasil: CoronaVac (com a China), Pfizer (EUA e Alemanha) e Janssen (Bélgica).
Vacinação deve começar em março
O Ministério da Saúde informou que pretende iniciar a campanha de vacinação contra o novo coronavírus em março de 2021, mas não há previsão para imunizar toda a população no próximo ano. Entre os grupos prioritários a serem vacinados, estão idosos a partir de 75 anos, profissionais da área de saúde e indígenas.
Não será obrigatória
Em sintonia com o discurso do presidente Jair Bolsonaro, Pazuello declarou que a vacina não será obrigatória para a população, mas adiantou que serão feitas campanhas de conscientização e esforços para garantir acessibilidade ao imunizante pelo país. “Com isso, nós vamos ter uma procura muito grande, e não uma obrigatoriedade”, argumentou.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil