Por muitas vezes, e não somente para minhas equipes de trabalho, sempre que tenho oportunidade, passo a seguinte mensagem: o sucesso consiste em você fazer o que gosta, acreditar no que fez e persistir no que acredita. Isso porque o que tem valor, de fato, é chegar ao final do dia e sentir lá no seu âmago a sensação de que “hoje fui feliz”.
Se nos aprofundarmos nesse mundo do bem-estar, podemos questionar o quanto os índices atuais que medem a riqueza de um país estão obsoletos. Podemos afirmar que, o que vale mesmo para os novos tempos, é o IFP, o Índice de Felicidade Pessoal. Essa medida é dosada por aquilo que te faz feliz e te impulsiona a sonhar, a realizar, a contaminar seu ecossistema com a sua felicidade.
Um dos pensadores que se preocuparam com essa grande questão da humanidade foi o Prêmio Nobel de Literatura, filósofo, matemático e escritor inglês Bertrand Russell (1872 – 1970). Em sua obra clássica, A conquista da felicidade, ele defende que muitas pessoas infelizes podem chegar a conquistar a felicidade se fizerem um esforço bem-orientado. O ensaísta analisa os muitos fatores que fazem o homem infeliz e aqueles que devem se empenhar para alcançar, de modo permanente, a tão desejada felicidade, ainda que ao nosso ver ela não seja de todo modo integral.
Graças à tradicional espiritualidade culturalmente cultivada por alguns países orientais, a felicidade pôde alcançar um outro patamar. No longínquo e enigmático Butão há até o Ministério da Felicidade, que procura planejar o bem-estar da população de modo a alcançar o mais alto estado de espírito para encontrar alegria e satisfação. Criaram, inclusive, o Índice de Felicidade Interna Bruta (FIB), pelo qual o governo mede, além do desenvolvimento econômico sustentável, a conservação do ambiente, a preservação das tradições e até mesmo a bondade de um governo. Essa diretriz levou o Butão a integrar as dez nações mais felizes do planeta — e isso sem ser rica economicamente.
Em seu território, a violência é muito baixa, não há mendigos e a fome inexiste, sendo a maioria dos habitantes vegetarianos. O pensamento dominante é que a alegria do povo é o principal e mais importante do que o desenvolvimento econômico. Ele contraria a lógica ocidental de que a riqueza está acima da felicidade.
A receita do encontro com a felicidade já tinha sido resumida por Aristóteles muitos séculos atrás, quando receitou que “felicidade é ter algo o que fazer, ter algo que amar e algo a esperar”. Como grande pensador, o mestre Buda disse “que não existe caminho para felicidade e que ela é o caminho”. Entre outros inúmeros pensamentos sobre o tema ele declarou: “A felicidade não depende do que você tem ou quem você é. Só depende do que você pensa”.
Para finalizar, deixo aqui um convite: vamos fazer o que gostamos sem nos influenciarmos com os “modelos” que a sociedade nos impõe? Busque sua felicidade!
* Neide Montesano é CEO Grupo Montesano e expert em sustentabilidade regulatória e boas práticas de desenvolvimento de negócios