Acatando uma representação feita por deputados do Partido Socialista Brasileiro, com base em dados divulgados no Painel de Preços do Ministério da Economia, o Tribunal de Contas da União (TCU) informou ter aberto investigação sobre os gastos das Forças Armadas com alimentos e bebidas nobres, como picanha e cervejas especiais, com preços mais caros que os praticados pelo mercado.
As informações são do jornal “O Estado de S. Paulo”, que também identificou, entre as compras no ano passado, milhares de quilos de lombo de bacalhau e garrafas de uísque 12 anos e de conhaque.
Para o deputado Elias Vaz de Andrade (PSB-GO), um dos autores da representação, a decisão da Corte “é o reconhecimento de que há realmente irregularidades graves” nesses processos de compra, que incluem, segundo texto entregue em 11 de fevereiro pelos parlamentares, a aquisição de mais de 80 mil cervejas e quase 715 toneladas de picanha – “itens que, associados, revelam falta de zelo e responsabilidade com o dinheiro público”, diz o documento.
Em resposta, o Ministério da Defesa argumentou que “existe sempre uma significativa diferença entre processos de licitação e a compra efetivamente realizada, cuja efetiva aquisição é concretizada conforme a real necessidade da administração”.