A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) declarou ter recebido nesta terça-feira (29) um pedido para autorização de testes clínicos em solo brasileiro de mais uma vacina em desenvolvimento contra a pandemia do novo coronavírus, a russa Sputnik V.
A requisição, referente à fase 3 da pesquisa (que prevê a aplicação da fórmula em humanos para análise de segurança e eficácia), foi entregue pela farmacêutica União Química, responsável pela produção do imunizante na América Latina, em parceria com o Fundo de Investimentos Diretos da Rússia (RDIF, na sigla em inglês).
Desenvolvida pelo laboratório Gamaleya, a Sputnik V já está sendo aplicada em campanhas de imunização na Argentina, Belarus e na própria Rússia, que atestou a eficácia da vacina em cerca de 91%. O dossiê submetido à Anvisa é o primeiro passo para um possível registro da vacina no Brasil, cuja produção nacional, segundo a União Química, teria início em janeiro, por meio de transferência de tecnologia para suas unidades em Brasília (DF) e Guarulhos (SP), uma vez que a farmacêutica já pretende pedir à agência a liberação para uso emergencial da Sputnik V.
O documento deve ser avaliado pela Anvisa em até 72 horas após sua entrega. Caso a agência o aprove, a Sputnik V será a quinta vacina em testagem no Brasil, ao lado dos imunizantes produzidos pelas parcerias AstraZeneca/Universidade de Oxford, Sinovac/Instituto Butantan, Pfizer/BioNTech e Janssen. Além da União Química, o RDIF tem parceria com o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecnopar) para a fabricação da fórmula russa no país.