As estatísticas de empregabilidade no Brasil reforçam a importância de debater a representatividade LGBTQIA+ dentro de empresas. Um estudo da OutNow, divulgado em abril deste ano, mostra que, no Brasil, apenas uma em cada três pessoas LGBTs fala abertamente sobre identidade de gênero ou orientação sexual no trabalho.
Além de todo esse estigma de aceitação social, a população LGBTQIA+ precisa lidar com diversas questões relacionadas à saúde mental, como ausência de autoestima, ansiedade e depressão. Uma pesquisa do coletivo #VoteLGBT mostra que 28% da população LGBTQIA+ já recebeu algum diagnóstico de depressão.
Tatiana Pimenta, fundadora e CEO da Vittude, empresa especializada em psicologia online e educação emocional, comenta as dificuldades dessas pessoas no ambiente profissional, e como muitas delas deixam de falar abertamente sobre o assunto. “Estamos falando de um processo doloroso no momento em que essas pessoas sentem a necessidade de esconder quem são dentro do seu ambiente de trabalho. Isso gera consequências à saúde mental e também influencia diretamente o desempenho profissional”, explica.
O tratamento psicológico tem sido um grande aliado para a melhoria na qualidade de vida da população LGBTQIA+ principalmente quando falamos da aceitação dentro do ambiente de trabalho. Através da psicologia, as empresas podem construir espaços que apoiem o grupo e, dessa forma, contribuir para a diminuição dos casos de LGBTfobia. Além disso, companhias que oferecem ambientes mais integrados e que valorizam a diversidade registram um maior engajamento e produtividade da equipe, melhorando os resultados finais.
“Por isso, é importante que, além das empresas investirem na contratação do público LGBTQIA+, também tenham um olhar atento para a saúde mental deles”, finaliza a empresária.
De acordo com uma pesquisa realizada em 2020 pelo projeto Demitindo Preconceitos, com representantes de recursos humanos de 14 estados, 38% das indústrias e empresas têm restrições para a contratação de pessoas LGBTQIA+. Essa resistência amplia o sentimento de desamparo, além de dificultar o processo de recrutamento, seleção e, principalmente, a inserção delas em um ambiente profissional em que se sintam confortáveis.
“É importante que as empresas contratem essas pessoas, mas principalmente que tenham um olhar atento de bem-estar e qualidade de vida, levando em conta a vulnerabilidade desses profissionais LGBTQIA+”, reforça Tatiana.