A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) divulgou oficialmente, nesta sexta-feira (10), o manifesto em que, ao lado de outras 246 entidades da sociedade civil, expressa preocupação pelas tensões crescentes entre as autoridades públicas e defende a harmonia entre os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário em meio à atual crise.
Diferentemente da versão anteriormente vazada à imprensa ao final do mês passado, o documento não conta com a assinatura da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), cujo envolvimento na articulação do texto gerou polêmica suficiente para fazer a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil ameaçarem deixar a entidade, acusando-a de se posicionar politicamente contra o governo federal por meio do manifesto.
Por causa do imbróglio, sua publicação acabou sendo adiada até hoje. Confira a íntegra do texto, intitulado “A Praça é dos Três Poderes”:
“A representação arquitetônica da Praça dos Três Poderes expressa a independência e a harmonia entre o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Essa é a essência da República. O espaço foi construído formando um triângulo equilátero. Os vértices são os edifícios-sede de cada um dos Poderes.
Essa disposição deixa claro que nenhum dos prédios é superior em importância, nenhum invade o limite dos outros, um não pode prescindir dos demais. Em resumo, a harmonia entre eles tem de ser a regra. Esse princípio está presente de forma clara na Constituição Federal, pilar do ordenamento jurídico do país. Diante disso, é primordial que todos os ocupantes de cargos relevantes da República sigam o que a Constituição impõe.
As entidades da sociedade civil que assinam este manifesto veem com grande preocupação a escalada da tensão entre as autoridades públicas. O momento exige de todos serenidade, diálogo, pacificação política, estabilidade institucional e, sobretudo, foco em ações e medidas urgentes e necessárias para que o Brasil supere a pandemia, volte a crescer de forma sustentada e continue a gerar empregos.
Esta mensagem não se dirige a nenhum dos Poderes especificamente, mas a todos simultaneamente, pois a responsabilidade é conjunta. Mais do que nunca o momento exige aproximação e cooperação entre Legislativo, Executivo e Judiciário. É preciso que cada um atue com responsabilidade nos limites de sua competência, obedecidos os preceitos estabelecidos em nossa Carta Magna. Esse é o anseio da Nação brasileira.”