O Reino Unido deu início nesta terça-feira (8) à sua campanha de vacinação para combater a pandemia do novo coronavírus. Considerado o maior da História britânica, o programa nacional pretende, nesta primeira fase, contemplar os grupos mais vulneráveis, que incluem idosos com mais de 80 anos, profissionais de saúde e funcionários de asilos.
Primeiro país ocidental a autorizar o uso de uma vacina contra a Covid-19, o Reino Unido já enviou 800 mil doses do imunizante desenvolvido pelos laboratórios Pfizer e BioNTech, único aprovado pelo governo até o momento, para 50 hospitais de seu território, onde a campanha se concentrará inicialmente, devido à necessidade de armazenamento das vacinas em temperaturas entre -70ºC e -80ºC. A expectativa é que os grupos prioritários sejam imunizados até abril.
“Tem sido um ano muito difícil para tantas pessoas e, finalmente, temos nossa luz no fim do túnel”, comemorou o ministro da Saúde britânico, Matt Hancock, em entrevista à Sky News. De acordo com ele, a segunda etapa da campanha, que seguirá por faixas etárias regressivas, será realizada em outros 1.000 centros de vacinação, montados em ambulatórios e áreas esportivas.
Até o final deste ano, 4 milhões de um total de 40 milhões de doses encomendadas devem ser distribuídas, uma quantidade suficiente para imunizar 20 milhões de pessoas, já que a vacina da Pfizer/BioNTech é aplicada em duas doses. Trata-se de menos de um terço dos 66,5 milhões de cidadãos britânicos, mas o Reino Unido aguarda a autorização de outras vacinas, como aquela desenvolvida pela farmacêutica AstraZeneca e a Universidade de Oxford, para atender a demanda.
A imunização, porém, não é obrigatória no Reino Unido, o mais afetado pela pandemia na Europa, somando mais de 60 mil mortos. Espera-se que a própria Rainha Elizabeth II, de 94 anos, e seu marido, o príncipe Philip, de 99, sejam vacinados em público nos próximos dias para incentivar a população a fazer o mesmo.
No Brasil
Uma das quatro vacinas atualmente em fase de testes no Brasil, a fórmula da Pfizer/BioNTech é segura, sem efeitos colaterais graves e tem 95% de eficácia, segundo estudos desenvolvidos por seus fabricantes. Por aqui, ainda precisa passar pela aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Nesta segunda-feira (7), o Ministério da Saúde informou um avanço nas negociações para a aquisição de 70 milhões de doses do imunizante, a serem entregues no próximo ano. “Os termos já estão bem avançados e devem ser finalizados ainda no início desta semana com a assinatura do memorando de intenção”, declarou o órgão em nota.
Executivos da Pfizer haviam cobrado celeridade do governo brasileiro no fechamento de um acordo para a compra de lotes da vacina, alegando curto prazo para a encomenda. A resistência do Brasil em negociar com a fabricante se devia a fatores como o preço e as condições de armazenamento exigidas pelo imunizante, como explicamos aqui.