Com a chegada da Covid-19 ao Brasil, praticamente todos os setores da economia sofreram quedas bruscas. Com o passar dos meses, alguns conseguiram ligeiras recuperações, amparados pela retomada gradual das atividades e pelo comércio online. No entanto, alguns segmentos ainda não possuem nem perspectiva de recuperação, principalmente aqueles que se baseiam em atividades presenciais.
De acordo com a Organização Mundial do Turismo, no auge global da pandemia, em abril, a queda registrada internacionalmente no setor foi de 97%, o que representou uma queda de mais de 1 trilhão de reais em faturamento. No Brasil, o cenário também é o pior possível: uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas Projetos aponta para um prejuízo de mais de R$161 bilhões até ano que vem, com a perda de mais de um milhão de empregos. Em alguns dos subsegmentos turísticos, a queda foi muito próxima de 100%. Estes números fazem com que o setor entre na lista como o mais prejudicado
O lazer também consta como um dos mais afetados, incluindo as ramificações arte, eventos, esporte e recreação. Um levantamento da empresa de logística Cobli aponta que a queda nesta área foi de 77% durante o período da pandemia. Este é outro setor que ainda não tem estimativas de recuperação, levando em conta o resistente avanço do coronavírus no país.
Os bares e restaurantes estão na mesma situação. Mesmo que muitos deles tenham apelado para os serviços de entrega buscando uma salvação, 72% dos estabelecimentos brasileiros do setor promoveram demissões, deixando cerca de 1,2 milhões de pessoas desempregadas. Muitos estão tentando descobrir como sobreviver à crise, mas 15% dos donos de empresas do segmento no Brasil disseram que não terão capacidade de manter o negócio aberto.
As empresas de automóveis entram nesta triste lista. O subsegmento de aluguel de carros viu uma queda de 90% em seu faturamento. Isso afeta diretamente a venda de automóveis, já que em 2019, foram 520 mil veículos vendidos para as empresas de aluguel. A produção de veículos também foi fortemente afetada. Em abril deste ano, o número de automóveis produzidos no Brasil foi 99% menor do que no mesmo mês do ano passado, de acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores.
Indo na direção contrária, alguns segmentos surpreenderam e conseguiram uma rápida decoração. O setor de móveis e decoração aguardava uma queda, já que a estimativa era de que as famílias concentrassem os gastos em produtos básicos e essenciais, devido a crise financeira. Porém, de acordo com registros do site SweetestHome, as vendas online deste tipo de item aumentaram consideravelmente na pandemia. A explicação é simples: o maior tempo gasto dentro de casa trouxe necessidades de mudanças nos ambientes.