O empreendedor tem que estar sempre disposto a aprender. É uma questão de sobrevivência, não de vontade. O ano de 2020 tem oferecido grandes banquetes de conhecimento para pessoas ainda com pouco tempo de digestão.
A transformação de processos manuais ou analógicos em processos digitais está a pleno vapor. Para nos atermos a poucos exemplos, nesse ano já houve um incremento grande no uso de plataformas de teleconferência, motivando várias grandes empresas desenvolvedoras a investir em adaptações e aumento de qualidade dessas plataformas.
Além disso, as aplicações criativas de tecnologias digitais que já existiam também têm acontecido. A telemedicina ainda não é regulada no Brasil, mas teve sua atuação autorizada devido às circunstâncias especiais do momento.
Esse uso é inovador e apresenta oportunidades, defeitos e desafios. Pode ser modificado no futuro, mas o primeiro passo rumo a uma mudança de hábitos de consumo foi dado.
Para oferecer algo útil, novos e velhos empreendedores têm muito a aprender com o momento. A atitude de prontidão e flexibilidade é a mesma de sempre, mas que tipo de tomada de decisão o momento enseja?
Adaptações
Para empreendedores na ativa, a mudança de hábitos precisa ser captada. Há muitas ferramentas úteis já disponíveis e que podem ser utilizadas para aprimorar produtos e serviços prestados a clientes. As extensões do Chrome para proprietários de empresas são bons exemplos disso.
São utilitários que abrangem ações de marketing, aumento de produtividade, programadores de disparos de conteúdo em redes sociais, edição de imagem e vídeo, SEO e muito mais. Com esse rico acervo, é mais fácil ser eficiente e digitalizar operações.
Assim, é possível produzir muito mais usando menos mão de obra – sem comprometer a qualidade final dos trabalhos. Esse é um momento favorável para implementar adaptações desse tipo.
Também vale a pena investir tempo e dinheiro no monitoramento e na ausculta ativa de redes sociais.
Entender o que grupos de (potenciais) consumidores discutem sobre marcas e assuntos relacionados com o seu empreendimento já era fundamental para entender as expectativas a cumprir. Porém, nem todos negócios interagem numa linguagem compreensível e de maneira positiva com o público.
Esforços para afinar a interação em redes sociais podem gerar vendas e contribuir favoravelmente para a identidade de uma marca, consolidando-a como referência em seu ramo.
Começos
Além dos empreendedores na ativa, há os iniciantes e os que encerraram seu negócio e precisam começar uma nova empreitada. Para esses, o momento é de sondagem. O primeiro passo é identificar a demanda pelo que se oferece.
Identificar o interesse das pessoas por um negócio antes de iniciá-lo é uma maneira de minimizar os riscos na administração do empreendimento. Também permite identificar oportunidades e direcioná-lo para aproveitá-las.
As pesquisas de mercado são a maneira mais convencional de chegar a conclusões sobre o comportamento dos consumidores e dos competidores em potencial num mercado específico. Afortunadamente, também para isso existem várias ferramentas, que permitem a realização desse esforço com pouco tempo e gasto.
Uma questão relevante que se coloca nesse momento é: escolher por mercados conhecidos ou explorar tendências de mercado rumo a algo novo? Ambos os tipos de negócio precisam ser bem-estruturados para dar certo.
Preço competitivo ou inovação?
No caso do mercado conhecido, será necessário aprender como o negócio funciona e criar uma operação com preço competitivo e alguma margem de lucro. Com o modelo de negócio pronto, a aplicação deve levar a um crescimento mais ou menos garantido com o passar do tempo.
Já a exploração de tendências de mercado traz maior risco. Os negócios que se enquadram nessa categoria estão mais expostos a riscos, mesmo quando são bem-estruturados. Afinal de contas, eles dependem de descobrir oportunidades inexploradas.
Para esse tipo de negócio, o empreendedor deve seguir a máxima do poeta espanhol Antonio Machado: caminhante, não há caminho; se faz o caminho ao andar. Porém, mesmo para fazer o caminho, existem fatores que ajudam a definir a “caminhada”.
Encontrar um nicho promissor é um desses fatores. Um momento de transformação digital é especialmente interessante para propor novos utilitários para públicos mais jovens – que tendem a adotar novidades mais rapidamente do que pessoas mais velhas, e estão abertas e interessadas em pequenas comodidades. Esse é apenas um exemplo, mas já indica para qual público-alvo olhar e quais hábitos de consumo explorar.
Para esse tipo de negócio, é ainda mais importante contar com a inovação tecnológica. Para explorar tendências de consumo, a ênfase do empreendedor será maior na inovação do que no preço. O que é novo ainda não está precificado e, portanto, o empresário fica mais livre para fixar valores. Por outro lado, corre mais riscos até chegar num produto final interessante – percebido como útil pelo público.