No mês em que se celebra o Dia Internacional da Mulher, um estudo realizado pela empresa de inteligência de dados Cortex mostrou que, em um universo de 6,8 milhões de companhias brasileiras analisadas, somente 18,11% delas têm apenas sócias mulheres e 32,5% têm pelo menos uma mulher no quadro de sócios. Os números também apontam esta desigualdade quando olhamos o recorte das regiões do Brasil:
O cenário mais desigual encontrado foi na região Centro-Oeste, com apenas 32,13% de mulheres em sociedades de empresas, seguida do Norte do país, com 32,18%. O Sul, em terceiro lugar, conta com 33%, enquanto o Sudeste e o Nordeste têm 33,4% e 34%, respectivamente.
“Com as informações obtidas por meio da plataforma de vendas da Cortex, podemos observar que os números refletem o cenário de desigualdade de gênero que vemos em vários níveis da sociedade. Embora a maioria da população brasileira seja composta por mulheres, segundo dados do IBGE, essa relação não é vista nos negócios”, explica a Diretora de Ofertas da Cortex, Patricia Romancini.
Setores econômicos com maior desigualdade
Quando olhamos para os setores da economia, no final do ranking, mostrando uma pequena participação feminina em sociedades, estão Tecnologia da Informação (23,74%), Construção (21,72%) e, em último lugar, Concessionárias de Serviços Essenciais (19,74%).
Das empresas que estão dentro do segmento de Concessionárias de Serviços Essenciais, os estados que contam com as menores taxas de participação feminina em sociedades são Ceará (14%), Rio Grande do Sul (15,34%) e Piauí (15,76%).
Já para Construção, setor que historicamente tem uma baixa participação de mulheres, os estados que tiveram menor desempenho foram Distrito Federal (19,38%), Alagoas (20,11%) e Goiás (20,43%).
No setor de Tecnologia da Informação, os números também são baixos. Roraima (17,79%) apresentou as piores taxas, seguida de Ceará (19,21%) e Pernambuco (19,23%).
No Nordeste, Educação é exemplo
Quando analisamos apenas a participação feminina nas sociedades de empresas do setor da Educação, que tem a maior média nacional, temos a região do Nordeste como destaque, com seis de seus estados com porcentagem superior a 50%. Alagoas, em primeiro lugar no ranking, conta com 56% das mulheres sendo sócias de negócios voltados para a aprendizagem.