O nascimento das primeiras startups em Portugal começou há pouco menos de dez anos, e hoje o país desponta como um dos maiores celeiros mundiais nesse nicho. Empreendedores do mundo inteiro são atraídos pelos incentivos do governo português, que caminha para se tornar o maior hub de tecnologia, inovação e empreendedorismo da Europa.
Com custo de vida bem menor do que os países vizinhos – como Alemanha e França –, além da alta qualidade de vida, Portugal deixou de ser visto apenas como um destino turístico, para ser reconhecido como o país europeu das startups, que possui um governo que desenvolve programas de fomento à competitividade da economia, criação de emprego e atração de investimentos.
De acordo com o relatório da State of European Tech, a facilidade de acesso ao mercado local (desburocratização) e financiamentos com taxas baixas de juros, torna Portugal um dos favoritos para se investir. A multiplicação de centros de empreendedorismo, redes de investidores e políticas de incentivo à inovação são fatores determinantes para a ascensão do ecossistema português.
Outro passo importante pensando nas startups, foi a criação do programa Startup Visa Portugal, anunciado oficialmente durante o WebSummit 2018. Trata-se de um visto que permite aos empreendedores de qualquer lugar do mundo abrirem uma empresa inovadora em Portugal e, assim, obterem a permissão de residência no país. “Portugal aposta na nova geração de empreendedores com programas atraentes de redução de impostos e desburocratização. Para se ter uma ideia, é possível abrir uma empresa em menos de 24 horas”, revela Thiago Matsumoto, co-founder da Atlantic Hub, empresa portuguesa que oferece fundos de investimentos para startups brasileiras.
A Startup Portugal – associação privada sem fins lucrativos, que integra a Estratégia Nacional para o Empreendedorismo – mostrou que as startups e empreendedores impactaram em 1,1% (cerca de 2,2 bilhões de euros) no PIB português. Na pesquisa mais recente, realizada em 2018, a associação revelou que os empregos neste setor subiram de 15.534 para 25.084, e que as startups foram cruciais para o crescimento do volume de exportações, que subiu de 673 milhões de euros para 1,121 bilhões.
De olho nesse mercado, as startups brasileiras estão cada vez mais presentes em terras lusas. Conhecidas por apresentarem soluções inovadoras, esses tipos de empresas estão internacionalizando seus negócios para lá. O cenário promissor entre os dois países pode ser medido pelos aumento expressivo do número de novos títulos de residências a cidadãos brasileiros. O total de brasileiros residindo legalmente em terras lusitanas ultrapassou a marca dos 100 mil, segundo SEF – Serviço de Estrangeiros e Fronteiras português. Só nos primeiros quatro meses de 2019 foram concedidas 17 mil autorizações de residência – média aproximada de seis por hora.