Por que o dólar não caiu?
Para o Diretor de Câmbio da FB Capital, Fernando Bergallo, somente após a posse o novo governo deverá ter influência real sobre o câmbio
Durante o período eleitoral o mercado financeiro fixa sua atenção na movimentação de votos dos eleitores, acompanhando o candidato com maior potencial de vitória. Nas eleições de 2018, esse processo não foi diferente. O mercado permanecia em constante oscilação, fazendo com que o dólar apresentasse o mesmo perfil. O candidato Jair Bolsonaro (PSL) era o único liberal com chances de conquistar a presidência, o que de fato ocorreu, diminuindo a quantidade de reformas e reaquecendo a economia nacional, portanto recebeu o apoio e a aposta das instituições financeiras brasileiras e estrangeiras atuantes em território nacional.
Para o Diretor de Câmbio da FB Capital, Fernando Bergallo, o mercado precificou a vitória de Bolsonaro antes do final da eleição, o que trouxe o câmbio de R$4,20 para R$3,70, com uma queda de aproximadamente 8%, batendo o recorde de dois anos. “Passando a eleição, não é que o dólar subiu, o mercado passou a observar e voltar sua atenção para o mercado externo, e em relação ao cenário exterior o dólar vem se valorizando. O dólar vai ser diretamente influenciado por atitudes tomadas pelo presidente, somente, quando este começar a validá-las oficialmente”, explica Bergallo.
Quando temos um fato muito concreto, como a prisão do Lula, por exemplo, a bolsa e a moeda americana se ajustam antes do acontecimento. “O mesmo aconteceu quando os players anteciparam-se fazendo com que entrasse mais dólar em forma de investimentos do que saísse, isso mostra uma aposta de boa tendência na economia brasileira, de acordo com o mercado financeiro”, ressalta o Diretor de Câmbio.