Falar sobre comportamento humano é complexo e envolve muitas emoções, principalmente porque os consumidores são, antes de tudo, seres humanos. Nesse contexto, a pesquisa de comportamento de consumo torna-se uma ferramenta de compreensão e aprofundamento fundamental. Entender quem são e em quais contextos vivem explica muito sobre o que e por que consomem.
Vivemos na era da informação e os tomadores de decisão são bombardeados com dados, números e projeções. Mas há pouca pessoalidade, personalização e proximidade.
Humanizar o consumidor, investigando o que vai além do foco do estudo, é importante para uma visão ampla sobre os sentimentos, peculiaridades e até contradições comportamentais – e para que, assim, cada cliente tenha mais autonomia nas decisões estratégicas
dos negócios.
Um estudo que consiga aproximar o mundo corporativo de diferentes realidades e que possa servir como transporte de aproximação ao universo do seu público
é extremamente importante. Mas tudo isso só acontece quando é de verdade: quando a própria agência de pesquisa incorpora essas características internamente, com equipes humanas e integradas, que se envolvem em todas as etapas do processo; com visões amplas
e holísticas que possibilitam compreender além daquilo que se mostra; ter espaço para que a criatividade e sensibilidade dialoguem com o que está sendo feito.
Para criar esse resultado na prática é preciso humanizar o estudo do começo ao fim, mergulhando em uma investigação que vá além do objetivo do projeto.
Para isso, é necessário enxergar cada um dos entrevistados como uma pessoa única e entender que há muito mais por trás do que é falado.
A humanização pode estar atrelada a todos os passos do processo: desde uma equipe sensível e criativa, passando por uma moderação próxima, pessoal e descontraída,
até entregas que saiam do lugar comum e que contem com materiais audiovisuais, minidocumentários, revistas fotográficas, pôsteres, episódios de podcast e tantos outros formatos criativos. Assim, é possível levar um pouco mais do ser humano que existe por trás
de cada consumidor.
Não faz sentido categorizar o consumidor em caixinhas: precisamos abrir espaço, não fechar. Compreender a pluralidade e a complexidade das pessoas e, assim,
ter um olhar que vê além e que é, inclusive, mais justo e verdadeiro.
* Julia Ades é fundadora e
head
de conteúdo da APOEMA.