Em participação na live semanal transmitida pelo presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, reconheceu nesta quinta-feira (14) que o sistema de saúde de Manaus (AM) passa por um novo colapso em decorrência dos altos índices de casos e internações causados pela pandemia do novo coronavírus.
“Eu considero que sim, há um colapso no atendimento de saúde. Manaus teve o pior momento da pandemia em abril. E foi revertido. Aí desceram as taxas. Agora nós estamos novamente em uma situação extremamente grave”, avaliou o ministro.
“Já estamos hoje com 480 pessoas na fila [para leitos], e com a realidade da diminuição da oferta do oxigênio. Não é a interrupção, é a diminuição na oferta de oxigênio. Todo o tratamento da Covid é baseado em alguma oferta de oxigênio”, continuou, acrescentando que, ao longo dos próximos dias, seis aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) serão enviados ao Amazonas com um total de 30 mil metros cúbicos de oxigênio para auxiliar no atendimento dos hospitais locais. A demanda diária de oxigênio na capital amazonense já chega a cerca de 75 mil metros cúbicos, segundo Pazuello.
O ministro ainda atribuiu a crise sanitária na região ao clima local de umidade, à falta de infraestrutura hospitalar para atendimento especializado e à baixa adesão às medidas de tratamento precoce recomendadas pelo governo federal, que incluem o uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra a Covid-19, como hidroxicloroquina e azitromicina.
Com 3.816 novos casos de Covid-19 registrados nesta quinta e um total de 5.930 mortes pela doença, o Amazonas, que pode ter originado uma nova variante do vírus, teve toque de recolher decretado pelo governador Wilson Lima, proibindo a circulação de pessoas nas ruas entre 19h e 6h.