É inegável que o e-commerce conquistou enorme popularidade desde o início da pandemia do coronavírus, há mais de dois anos. Com o home office, três cenários muito importantes tiveram que ser considerados por quem realiza vendas online: quem estava trabalhando de casa – mas teve seu salário diminuído -, as pessoas que foram mandadas embora e precisaram se restabelecer e as lojas que precisaram ativar rapidamente o e-commerce para sobreviver.
Com isso, o comércio online se tornou uma opção bastante eficaz, sendo responsável por 58% das vendas dos lojistas no Brasil em 2021, de acordo com pesquisa da Mundi Map e E-commerce Brasil. Com esse cenário, as expectativas do e-commerce para o último trimestre de 2022 continuam em alta, levando em conta a atipicidade presente nos próximos meses e como movimentam o mercado.
Um estudo divulgado pela HostGator no fim de agosto revelou que o número de negócios online deve aumentar 24% no Brasil até o final deste ano. O valor fica acima do crescimento de 17% registrado em 2021 em outro levantamento realizado pela companhia em dezembro do ano passado. Ambos foram feitos com cruzamentos de dados da SmartHint e da ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico).
Outro ponto importante é que o Mercado Livre, principal player do e-commerce nacional, apresentou um crescimento de GMV – métrica que se aplica ao varejo online que ajuda as empresas a identificarem quanto de receita foi gerado pelos seus canais digitais em um período específico – de 32% só no primeiro semestre de 2022. Logo, há uma grande expectativa para este segundo semestre.
A grande questão é que estamos entrando no último trimestre de 2022. É uma época em que as pessoas vêm se preparando para grandes comemorações anuais como a tão conhecida Black Friday, com grandes ofertas presenciais e virtuais de diversos itens.
Para outros eventos como Dia das Crianças, Halloween e Natal, as vendas de lojas físicas e online tendem a vender mais do que o dobro do ano passado. É exatamente para estes quatro eventos que as lojas vêm se preparando.
Além de tudo isso, um dos eventos mais importantes no mundo e que mobiliza muito os brasileiros também acontece no fim do ano: a Copa do Mundo, pela primeira vez promovida nesta época. Trata-se de um dos últimos trimestres anuais mais agitados que já se viram.
De acordo com a pesquisa da Opinion Box, os consumidores esperam que neste período surjam ofertas nas categorias de eletrônicos, eletrodomésticos e eletroportáteis. São produtos de valores mais altos e, portanto, a população considera que vale a pena aguardar pelas oportunidades preparadas pelas empresas. Outra categoria que deve manter-se em alta é a de Moda e Acessórios.
Já no planejamento das estratégias de vendas, é importante considerar o que pode prejudicar a experiência do cliente. Em 2019, 54% dos consumidores deixariam de comprar por falta de confiança, e 51%, pelo valor do frete. Em 2020, 60% dos consumidores não iriam até o fim com a compra pela alta taxa de frete, e 43%, pela falta de confiança. Já em 2021, 56% desistiriam pelo frete alto, e 46%, por não confiar na loja.
Para isso, é preciso estar atento às necessidades do consumidor, para conseguir conquistá-lo e manter um bom relacionamento na pós-venda. Para as marcas, é importante unir o que aprenderam durante a pandemia e investir em estratégias baseadas em dados, para traçar metas precisas e alavancar as vendas nesta reta final de 2022.
* Sandro Wiggers é CEO da Mercado Radar.