A terapia por Oxigenação por Membrana Extracorpórea (ou ECMO, na sigla em inglês) é uma técnica que vem sendo bastante utilizada nas UTIs de hospitais para tratar quadros mais severos de infecção pelo novo coronavírus – como é o caso, por exemplo, do ator e comediante Paulo Gustavo, internado desde o dia 13 de março. As informações são do site Viva Bem, do portal UOL.
Diferentemente do ventilador mecânico, que fornece apenas fluxo de ar para o interior dos pulmões, o método consiste na adoção de um aparelho substituto de órgãos comprometidos, funcionando como pulmão e coração artificiais para a circulação e a oxigenação do sangue em pacientes que tenham sofrido danos pulmonares ou circulatórios graves, aos quais a máquina se liga por meio de cateteres.
Um dos tubos ligados ao equipamento da ECMO transporta sangue do corpo a um bombeador, que o leva a um oxigenador, onde é eliminado o gás carbônico e fornecido oxigênio – processo normalmente realizado nos pulmões. Oxigenado, o sangue é, então, reinjetado no corpo por outro tubo.
A técnica, tradicionalmente adotada em quadros de traumas, doenças pulmonares ou insuficiência cardíaca, tem aumentado as chances de sobrevida de internados sob risco de morte por Covid-19, ao equilibrar a circulação e manter o funcionamento do organismo enquanto os órgãos prejudicados se recuperam e o tratamento pela cura prossegue. De acordo com o portal iG, o tempo médio da terapia em casos mais severos é de cinco a sete dias.
A propósito, conforme divulgou nesta segunda-feira (5) a assessoria de imprensa de Paulo Gustavo, o artista de 42 anos apresentou sinais de evolução clínica e, apesar da gravidade, mantém quadro estável com a ECMO, acionada na última sexta (2).
Riscos e contraindicações
Esse complexo procedimento, porém, não ocorre sem riscos, incluindo infecção sanguínea (devido à instalação dos cateteres nos vasos), embolia (com a possível formação de coágulos ou bolhas de ar no sangue transportado pelos tubos) e até um acidente vascular cerebral (AVC), já que há possibilidade de obstrução da artéria carótida, um dos vasos que irriga o cérebro.
Apesar de aplicável para quadros reversíveis de pacientes de qualquer idade, a terapia por ECMO é contraindicada para bebês com menos de 34 semanas de vida ou peso de nascimento inferior a 200g, devido à diferença de tamanho em relação à máquina, além de casos com danos pulmonares já submetidos a longa ventilação e pessoas com coagulopatia grave e/ou hemorragia, entre outras anomalias congênitas.