Sabemos que ter o domínio do inglês ainda é um grande diferencial para se destacar profissionalmente na carreira, principalmente quando se atua em setores como o financeiro, tecnológico, automotivo e turístico. Segundo uma pesquisa da Catho, mais de 50% das vagas disponíveis em todos os setores do mercado já exigem pelo menos um nível médio de inglês, e a proficiência no idioma pode aumentar o salário em 60%.
O motivo por trás disso em todo o mundo é, segundo a empresa americana de consultoria Airinc, o crescimento do número de profissionais que atuam remotamente em empresas estrangeiras, os chamados “nômades digitais”.
No Brasil, acontece da mesma forma: algumas startups nacionais estão se expandindo internacionalmente, e existem também as multinacionais que estão se instalando por aqui. Segundo a Gupy, entre 2020 e 2021 o inglês como um requisito para a contratação aumentou em 36% nas oportunidades de emprego.
Mas será que exigir um bom nível de inglês é realmente necessário em todos os casos?
Aqui vai um insight de um case de sucesso da Google em 2019: buscando ampliar as oportunidades de estágio para estudantes negros por meio do programa Next Step, a empresa decidiu remover a exigência do inglês. A estratégia por trás disso era verificar a possibilidade de desenvolver o nível do idioma durante o período do estágio, a fim de verificar se estariam aptos a serem absorvidos ao fim do contrato para vagas efetivas que exigiam o idioma. O resultado: sucesso. Grande parte dos estagiários já tinham desenvolvido o domínio do inglês suficiente para serem contratados.
Desenvolver o domínio do inglês rapidamente não é mais uma tarefa tão complicada quando se tem em mãos as ferramentas certas. Atualmente, existem metodologias que oferecem condições de aprender em aulas curtas e personalizadas, abordando os tópicos essenciais para que um colaborador desenvolva as competências necessárias para aplicar no trabalho.
Algumas empresas em expansão pelo mundo estão preferindo investir no desenvolvimento do inglês em seus colaboradores a procurar por outros talentos no mercado. A brasileira MRS Logística, por exemplo, ofereceu um treinamento de inglês para seus colaboradores e percebeu que, em 8 meses, 57% deles haviam evoluído 3 níveis de proficiência.
Acreditar na possibilidade de desenvolver o nível de inglês de um colaborador é uma saída para que as empresas consigam fazer processos seletivos mais otimizados. Isso permite selecionar os profissionais mais capacitados para o que é essencial desempenhar no trabalho e desenvolver habilidades adicionais, como o inglês, ao longo do tempo.
Além disso, acreditar no desenvolvimento dos colaboradores é uma forma de competir menos com o mercado para processos seletivos, aumentando o número de promoções internas e incentivando a satisfação dos colaboradores e retenção de talentos.
* Eliane Iwasaki é Head of Revenue Growth da edtech Voxy.