Evolução da maturidade, maior consolidação, variedade de segmentos e formatos. Esses são os principais insights que podem ser observados no ranking das 50 maiores redes de franquias do Brasil por número de unidades, divulgado pela Associação Brasileira de Franchising (ABF).
O estudo indica que o número mínimo de unidades das Top 50 aumentou 29% na comparação entre 2020 e 2021, passando de 315 para 406 operações. Já o total de unidades das Top 50 avançou 23% no mesmo período. A alta é muito relevante, levando-se em consideração que 2021 foi, ainda, um ano muito impactado pela pandemia. Esse aumento havia sido de 5% no período anterior (2019 para 2020).
Outro indicador que revela um maior grau de maturidade do franchising brasileiro, e também reafirma sua resiliência e capacidade de reação, é o aumento do número de redes que somam mais de 1.000 unidades. Esta edição reúne 21 redes entre as Top 50 que atingiram essa importante marca, ante 16 no ano passado e 17 em 2020. Além disso, 46 são brasileiras e 43 têm sede no Sudeste.
“Quando fazemos o retrato das cinquenta maiores, identificamos movimentos importantes. Primeiro, que as redes não apenas mantiveram, como aceleraram seus planos de expansão, resultando no expressivo crescimento do total de unidades do grupo e na elevação do piso de ingresso. De outro lado, Alimentação, um dos segmentos mais tradicionais do setor, abriu espaço para outros ramos, incluindo B2B. Notamos também que muitas redes alavancaram seu crescimento com modelos alternativos de operação, principalmente home based e virtual”, declara André Friedheim, presidente da ABF.
Envolvendo exclusivamente redes associadas, o estudo da ABF é feito a partir do banco de dados da entidade e baseado nas informações concedidas pelas próprias marcas. O sistema audita eletronicamente essas informações por meio de regras e salvaguardas específicas no processo de inserção dos dados. O ranking reúne 52 marcas, já que houve empate em duas posições.
Em sua sexta edição, o levantamento tem predomínio das marcas de Alimentação entre as Top 10, com quatro redes, seguida de Serviços e Outros Negócios, com duas; e uma representante de Saúde, Beleza e Bem-Estar, Moda, Casa e Construção e Serviços Automotivos.
O ranking mostra que O Boticário, do segmento de Saúde, Beleza e Bem-Estar, mantém-se firme em 1º lugar, com um total de 3.652 unidades em 2021 frente a 3.620 no ano anterior e uma variação de 0,9%. Mantendo sua trajetória de crescimento, a rede Cacau Show (Alimentação), que já havia subido para o 3º lugar no ranking de 2021, assumiu a vice-liderança no grupo das Top 50, saltando de 2.371 para 2.827 operações, com 19,2% de variação positiva – a segunda maior entre as Top 10 do ranking da ABF. O McDonald’s (Alimentação) vem a seguir, em 3º lugar, passando de 2.567 para 2.585 unidades, 0,7% de variação positiva.
Entre outros destaques, está a Splash (Casa e Construção), da rede iGUi, que registrou a maior variação positiva entre as Top 50, com crescimento de 364,2%, saltando do 147º para o 41º lugar, e passando de 109 unidades em 2020 para 506 em 2021. Já a Odontocompany subiu do 17º para o 12º lugar com o maior aumento no número de unidades: de 997 para 1.631, uma variação positiva de 63,6%.
Como indicador que reforça a dimensão e a maturidade do setor de franquias brasileiro, das 52 marcas integrantes do ranking, oito têm capital aberto: Arezzo, Burger King Brasil, CVC Brasil, Espaçolaser, Hering Store, Localiza, McDonald’s e Pit Stop Skol.
Segmentos, formatos, tempo como franqueadora
Observando os segmentos, o ranking da ABF mostrou que Serviços e Outros Negócios foi o que mais expandiu sua representatividade entre as Top 50, ampliando sua participação de 10% para 15%. A adoção dos novos formatos digitais pelas redes é um fato que justifica esse crescimento. Casa e Construção, a exemplo do que ocorreu no ano passado, também se destacou, dobrando sua representatividade (passou de 4% para 8%).
O levantamento da ABF indica que enquanto as operações em Loja tradicional caíram de 90% para 82% em participação nas redes, Outros formatos (home based, unidades móveis e quiosques) cresceram de 10% para 18%, apontando a adaptabilidade do setor ao contexto atual.
Fator de grande relevância para as redes, o tempo de atuação no mercado entre as franquias com 10 anos ou mais se manteve em 71% no ano passado, como em 2020. Já as marcas atuantes no setor entre 5 e 6 anos tiveram a maior alta, saltando de 2% para 12%. “Em que pese que os anos de estrada continuem sendo muito importantes, acompanhamos o dinamismo do setor com a chegada e o desenvolvimento rápido de entrantes relativamente jovens”, comenta o presidente da ABF.
Veja o ranking completo abaixo:
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