Populares entre os jovens e entusiastas da criptoeconomia e tecnologia, os NFTs vêm conquistando cada vez mais interesse e investimentos por combinar inovação com exclusividade. Mas qual é o futuro desses ativos digitais? Para Rodrigo Soeiro, fundador da cryptobank Monnos, os NFTs são um caminho para aproximar empresas e públicos e transformar as experiências de marca.
“Os NFTs estão transportando a tecnologia dos ativos digitais a setores que nunca se viram inseridos nesta disrupção, como arte, música, moda, bebidas, games e demais meios de entretenimento. Essa expansão de setores tem um potencial mercadológico gigantesco, e as marcas que souberem explorar isso crescerão significativamente”, argumenta.
NFT vem da expressão em inglês non-fungible token, que significa token não fungível. É um tipo de token criptográfico que representa algo único no mundo e que não possui um valor intrínseco, mas subjetivo. NFTs não podem ser trocados como as criptomoedas, mas comprados e vendidos a partir de lances ou ofertas.
“O setor artístico foi um dos primeiros que visualizou o potencial comercial dos NFTs, atrelando-os com bens cujo valor de exclusividade já é um atrativo, caso de pinturas e esculturas. Mas os NFTs vão além disso, eles podem ser explorados em qualquer bem colecionável, como figurinhas, selos e até avatares de games. É aí que entra o papel das marcas, de visualizar esse potencial de consumo atrelado aos seus produtos ou serviços”, explica Soeiro.
Um exemplo de NFT é o Bored Ape Yacht Club (BAYC), uma série de ativos digitais criados de forma limitada e colecionável, e que já foram adquiridos a preços milionários e inimagináveis por grandes personalidades, como Neymar, Madonna e Justin Bieber.
Para os detentores de BAYC há uma série de benefícios que vão desde acesso a eventos exclusivos pelo mundo até o recebimento em casa de brindes das maiores marcas globais.
Há também espaços privilegiados de mídia, incluindo os próprios integrantes desse clube VIP: imagine Neymar e Madonna consumindo uma determinada bebida que também é parte do BAYC; assim, a Yuga Labs, empresa por trás da iniciativa, constituiu uma comunidade poderosa e valiosa, que ainda tem o potencial de se retroalimentar e gerar valor a cada novo membro que atrai.
“São abordagens como estas que passarão a ser replicadas por empresas em todo o mundo: a constituição de comunidades em torno de uma marca ou de um token que passa a ser uma marca. O limite está na criatividade de cada empresa, pois agora, mais do que nunca, as possibilidades se mostram vastas e sem barreiras”, define Soeiro.
Aplicações mais simples de NFTs também têm impacto, caso dos jogos de play to earn (jogar para ganhar). Um exemplo é o Axie Infinity, da RTFKT, empresa que comercializa tênis para avatares adquirida pela Nike. Há também festivais de música, como o Coachella e o Budweiser Royalty NFT Drop, que oferecem benefícios atrelados a ativos digitais.
“Fato é: as empresas estão tateando este mercado, e já perceberam ser uma oportunidade de receita incremental, de interação com um público até então disperso em vários nichos, e, principalmente, de poder prover um nível de engajamento nas experiências de marca que era impossível até então”, complementa o fundador da Monnos.
O especialista conclui que os NFTs devem popularizar ainda mais a criptoeconomia: “O potencial de impacto dos NFTs se mostrou imensurável a partir do momento em que empresas e segmentos até então distantes da criptoeconomia se viram sendo dragados para este ecossistema. A surpresa foi grande até mesmo para quem está inserido neste mercado. Vejo neste movimento uma possibilidade inigualável de massificação de cripto”.