Na contramão do corte de verbas: empreendedorismo se destaca nas universidades
As empresas juniores, por exemplo, se destacam utilizando metodologias criativas e proporcionam experiências profissionais para jovens antes mesmo do fim da formação acadêmica

São diversos os problemas envolvendo quase todos os principais setores do País: ensino, economia e segurança. Diante desse cenário, a educação poderia ser o começo do novo futuro e o investimento nos jovens seria a melhor solução para desenvolver os instáveis pilares da sociedade. Porém, o que acontece hoje é o oposto disso: as universidades federais sofrem com a intensa redução de verbas.
Segundo pesquisa do G1, 90% das universidades públicas tiveram seu orçamento reduzido nos últimos cinco anos. Em 2015, houve uma diminuição de 7,7 bilhões no Ministério da Educação, já em 2016, mais 10,7 bilhões. No entanto, mesmo com a falta de apoio financeiro, o empreendedorismo desponta nestas instituições e estimula a capacitação dos jovens neste mercado.
As empresas juniores, por exemplo, se destacam utilizando metodologias criativas e proporcionam experiências profissionais para jovens que, tradicionalmente, só teriam a primeira oportunidade após a formação. Administradas pelos próprios estudantes, elas ajudam a aperfeiçoar aspectos que não estão inseridos na grade curricular, como gestão de grupo, recursos humanos, proatividade, trabalho em equipe e organização.
A comprovação do sucesso do empreendedorismo no ambiente acadêmico brasileiro pode ser vista em números. O Índice das Universidades Empreendedoras, realizado em 2017 pela Brasil Júnior (Confederação Brasileira de Empresas Juniores), ouviu mais de 10.000 estudantes e coletou informações e dados de mais de 50 faculdades em todo o Brasil. O objetivo era entender quais práticas incentivam a inovação nas instituições de ensino superior. De acordo com o estudo, os maiores pilares são os níveis de extensão, internacionalização, infraestrutura, inovação, capital financeiro e a cultura empreendedora.
O Índice também destacou que, das dez faculdades mais bem conceituadas, apenas uma é particular. Isso mostra que, mesmo perante a crise financeira e cortes no orçamento, a capacitação se sobressai. Outra prova deste progresso é o crescimento do Movimento Empresa Júnior (MEJ) em âmbito nacional. Atualmente, são mais de 10 mil empresários juniores divididos em 27 universidades federais. Esses jovens já realizaram mais de 160 mil projetos em contato com o mercado de trabalho e com pequenas e médias empresas que precisavam de ajuda.
Com todo o potencial existente nas universidades, é de se imaginar que o mercado deveria optar por novos pensamentos e ideias revolucionárias. Além disso, as soluções apresentadas pelas empresas juniores chegam a ser 40% mais econômicas, se comparadas ao mercado convencional. É importante perceber que os jovens serão os condutores da vitória ao desequilíbrio que afeta o Brasil e a educação é o combustível necessário.
Alvaro Machado — Vice-presidente de Comunicação da Brasil Júnior.