Jacqueline Débora Costa de Oliveira, mulher de 42 anos residente em São Luís (MA), registrou Boletim de Ocorrência na semana passada para denunciar uma agressão que sofreu em uma unidade do supermercado Mix Mateus, na capital maranhense.
De acordo com o depoimento de Jacqueline, ela foi ao local na última terça-feira (20) para comprar carne, mas percebeu que não havia levado seu cartão de crédito e devolveu o item ao congelador do estabelecimento. Na saída, porém, ela foi abordada por um vigilante, que a chamou de ladra e a encaminhou a uma sala onde, sob xingamentos dele e de outros funcionários do mercado, foi agredida com uma ripa de madeira e acusada de participar de uma quadrilha de roubos.
“Eles desligaram a câmera que tem dentro da sala e iniciaram uma sessão de tortura. Não encontraram nada na minha bolsa, pegaram umas garrafas de gim e tentaram forjar que eu tinha roubado. Disseram ainda que era pra eu ‘entregar as pessoas’, me mostraram fotos de mulheres que eu nunca vi na vida”, relatou Jacqueline, afirmando ter sido obrigada a destravar seu celular para apontar as supostas comparsas.
Ainda segundo sua denúncia, as agressões físicas e psicológicas só terminaram após cerca de uma hora e meia, quando um homem que se identificou como policial chegou ao local. Os funcionários, então, teriam mudado a abordagem e decidido liberar Jacqueline: “Conversaram comigo como se nada tivesse acontecido. Me convencer a ir embora. Me entregaram meus pertences, tentaram me convencer a não denunciar. Disseram que eu estava mexendo com gente grande e, se eu denunciasse, poderia aparecer morta”.
Apesar da ameaça, Jacqueline acionou seu advogado e decidiu registrar a ocorrência, que, segundo a Delegada Especial da Mulher do estado, Kazumi Tanaka, está sendo investigada.
O Mix Mateus integra a rede de supermercados do Grupo Mateus, empresa dominante do setor no Maranhão, administrada pelo bilionário Ilson Mateus, cuja fortuna de R$ 20 bilhões lhe garantiu a 9ª posição no ranking dos mais ricos do Brasil publicado pela revista “Forbes” em 2020.
O grupo se pronunciou sobre o caso em nota: “Informamos que foi montada uma sindicância para apurar o caso e reforçamos, de antemão, que a conduta relatada não condiz com os nossos procedimentos e valores. Nos colocamos inteiramente à disposição das autoridades para esclarecimentos”.
(com G1 e Ponte)