O ano de 2020 trouxe crescimento para 64 mil dos microempreendedores individuais que abriram seus negócios em 2019, de acordo com um novo levantamento realizado pela Serasa Experian para entender o impacto da pandemia de Covid-19.
O estudo, que considerou 700 mil empresas abertas em 2019, mostrou que o crescimento foi de 9,1%, impulsionado principalmente pelo comércio – 10,8% desses tiveram ganhos acima do estipulado pela lei e mudaram de categoria. Em pesquisa semelhante, realizada em 2017, apenas 2,7% dos MEI haviam trocado de natureza jurídica.
O economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, comenta que o comércio conseguiu se reinventar graças às vendas online, algo mais complexo para indústria ou setor primário. “As redes sociais, sites de marketplace e outros canais permitiram que esses microempreendedores achassem alternativas para continuar trabalhando. O público a ser atingido também aumentou, já que muitos brasileiros precisaram fazem as compras pela internet”, destaca.
Apesar dos desafios do cenário de distanciamento social, outras pesquisas que questionaram os empreendedores mostram que eles enxergaram oportunidades no período e utilizaram mais as redes sociais para continuar vendendo.
Mesmo com as melhorias e ganhos no faturamento, os microempreendedores que cresceram ainda enfrentam um problema antigo: a inadimplência. Dados do levantamento apontam que aqueles que mudaram de categoria ficaram com mais dívidas negativadas do que aqueles que se mantiveram dentro das exigências da natureza jurídica – 20,2% contra 16,8%, respectivamente. Os dados mais recentes mostram que 5,9 milhões de empresas estão com contas atrasadas no país, sendo que as micro e pequenas representam 92,4% do total.
Centro-oeste foi a região onde os MEI mais cresceram
A pesquisa também considerou dados regionais, que mostram a região Centro-oeste como a mais próspera para os microempreendedores individuais. Ali, 10,6% dos que atuavam na categoria conseguiram mudar ao longo de 2020. Norte e Sul aparecem na sequência, ambas com 10,2%, seguidas por Nordeste (9,1%) e Sudeste (8,4%).