Comentando a pressão sobre o governo federal para dar celeridade ao processo de avalizar e adquirir as vacinas desenvolvidas contra o novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) declarou nesta segunda-feira (28), em conversa com um grupo de apoiadores no Palácio da Alvorada, que os laboratórios responsáveis pelos imunizantes é que deveriam assumir a urgência dos procedimentos.
“O Brasil tem 210 milhões de habitantes, um mercado consumidor de qualquer coisa enorme. Os laboratórios não tinham que estar interessados em vender para a gente? Por que eles não apresentam documentação na Anvisa?”, questionou Bolsonaro, referindo-se à aprovação que os imunizantes precisam obter junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária para serem aplicados no país.
Em um momento em que as campanhas de vacinação chegam a países da América Latina, como México, Chile e Costa Rica, o Brasil ainda não conta com imunizante autorizado pela Anvisa. “Pessoal diz que eu tenho que ir atrás. Quem quer vender [é que tem]”, emendou o presidente, acrescentando que não receberá as doses por ser paciente recuperado da Covid-19, mas já ter assinado “o cheque de R$ 20 bilhões” para sua compra.
O presidente também revelou não se preocupar com o começo do programa nacional de vacinação, ainda sem previsão, uma vez que o plano depende da Anvisa. “Se eu vou na Anvisa e digo ‘corre aí’, vão falar que estou interferindo”, afirmou.
O Brasil negocia a aquisição das vacinas produzidas pelas parcerias Butantan/Sinovac, Oxford/AstraZeneca e Pfizer/BioNTech, mas ainda não fechou acordo com nenhuma delas.