Segundo a agência de notícias Reuters, o Google e a Microsoft decidiram, na última segunda-feira (21), se unir ao Facebook em ação judicial contra a NSO, empresa de segurança cibernética que, em 2019, explorou uma brecha no código do WhatsApp para permitir a vigilância de seus usuários pelo mundo.
Cisco e VMWare também estão entre as gigantes do setor que aderiram ao processo movido pelo Facebook desde o ano passado na justiça norte-americana, sob acusação de que a companhia israelense não revelou vulnerabilidades de segurança identificadas no WhatsApp, aplicativo pertencente à empresa de Mark Zuckerberg, e as utilizou para criar softwares destinados a agências de vigilância que ajudaram a espionar mais de 1.400 pessoas por meio do serviço.
Apesar de a NSO argumentar que seus produtos são elaborados para o combate institucional ao crime, há relatos de que a tecnologia da companhia, que vende ferramentas de invasão de sistemas para governos e entidades policiais em todo o mundo, foi utilizada contra jornalistas, advogados e ativistas, além de possivelmente ter afetado opositores políticos de alguns de seus clientes, como os regimes autoritários dos Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Etiópia.
Em documento sobre o caso, as empresas manifestaram preocupação com a possibilidade de se proliferarem “governos estrangeiros com poderosas e perigosas ferramentas de vigilância digital”, o que representaria “um aumento dramático nas oportunidades para que essas ferramentas caiam em mãos erradas” e exponham cidadãos inocentes. Além disso, o grupo pede que a Justiça dos EUA não aceite o pedido da NSO para manter suas práticas sob imunidade legal, justificando-se por trabalhar com questões relevantes de segurança governamental.